Para quem acredita, na próxima quinta-feira (dia 13)
comemora-se o dia de Santo Antonio.
Reis
e povo português sempre atribuíram ao frade, nascido em Lisboa, uma gama de
conquistas tanto nas batalhas de guerras,
como nos perigos de saúde do corpo ou da alma!
Também
os apaixonados e solitários acreditam ter, em Santo Antonio, um aliado contra a
solidão. Vem daí a designação de “santo casamenteiro”.
Chamado
de Santo Antonio de Pádua, é igualmente venerado por italianos, que o têm como filho de Pádua, cidade italiana onde ele
morreu. No entanto, o frade nasceu em
Lisboa, pertenceu à ordem criada por São Francisco de Assis e morreu com apenas
36 anos de idade.
Em
1470, antes de partir para uma batalha contra os mouros, na África, o rei Dom
Afonso V solicitou a benção do santo. Como o rei foi à luta e venceu, mandou
construir um convento em sua homenagem.
Duzentos
anos depois, o rei Dom Afonso VI, antes de enfrentar uma batalha contra os
espanhóis, e para animar os seus soldados, investiu Santo Antonio como soldado
do Batalhão Algarve.
Quando
Dom João VI chegou ao Rio de Janeiro, por acreditar que devia a saída honrosa
da corte portuguesa para o Brasil ao santo, promoveu-o a tenente-coronel,
já que este o ajudara a livrar-se das tropas de Napoleão. Essa, aliás, foi outra vitória atribuída às
bênçãos de Santo Antonio: a vinda da família real para o Brasil.
Entretanto,
o povo português, divergindo da propaganda oficial, pensou Santo Antonio com
outra versão, dando-lhe os títulos de Protetor de Lisboa e Anjo da Guarda de leitores, marujos e moças casamenteiras.
É
sabido que os artesãos contribuíram muito para a propagação popular da fama de
Santo Antonio, no início do século XX, com seus trabalhos de arte popular,
muito embora esse movimento artesanal já se notasse desde o século XVIII, no
requinte do barroco em prata e cerâmica.
Tanto
em Portugal como no Brasil, é comum que as moças solteiras não atendidas em sua
pretensão casamenteira torturem a imagem do santo, afogando-a, de cabeça para
baixo, e propondo uma troca: um namorado pela suspensão da tortura!
Foi
no século XVI que surgiu a graciosa figura de Santo Antonio e sua intimidade de
vidente. Foi Frei Carlos, um frade franciscano de origem holandesa, que pintou
Santo Antonio contemplando as traquinagens do menino Jesus desarrumando os seus
livros. Tal imagem mostra um Santo Antonio desprovido do gesto guerreiro, ou de
nobreza, ou de sabedoria, e o aproxima da graça e da presença divina, no
relacionamento com Jesus menino.
Texto Tom Santos |
Gordo,
baixinho e feioso, parecido com Frei Damião, tinha uma doença rara, que o fazia
portador de uma cabeça hipertrofiada. Ainda assim, o frade franciscano Antonio
de Pádua foi orador brilhante, que usou a palavra catequizadora para converter ímpios com seus sermões, sem precisar
guerrear, numa época em que, em nome da fé, os cristãos não titubeavam em usar
suas espadas para eliminar mouros e judeus.
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