“Esta camada não é homogênea e fatores relacionados à
vida cotidiana, como acesso à educação, saúde, segurança, lazer, cultura, tipo
de profissão e redes de sociabilidade, interferem diretamente nas suas prioridades,
na forma de pensar e fazer suas escolhas de consumo” – Hilaine Yaccoub, Antropóloga e Especialista em
consumo popular da Consumoteca
O
varejo brasileiro tem passado por muitas mudanças nos últimos anos. Entre as
mais significativas, frequentemente aparecem: o aumento do poder aquisitivo da
população; o maior nível de informação do consumidor em geral e a necessidade
de um atendimento mais humanizado e personalizado.
Os
consumidores que antes se contentavam com os argumentos dos vendedores em uma
loja de eletrônicos, por exemplo, hoje chegam aos estabelecimentos muito bem
informados e certos do que desejam e/ou necessitam. Mas isso não significa que
queiram apenas o autoatendimento. Mais do que nunca, esperam encontrar
vendedores com conhecimento, verdadeiros especialistas, atenciosos e dispostos
a oferecerem um atendimento personalizado.
Esta
é uma classe mais fiel às marcas que usa, que valoriza seu dinheiro e a
indicação de amigos e familiares que já tenham experimentado o produto
anteriormente. A entrega do que o produto promete, é muito valorizada, gerando
forte rejeição quando esta não acontece. Ou seja, se prometer, tem que cumprir!
E em caso contrário, arcar com as consequências pode ter um custo muito alto.
Um consumidor insatisfeito hoje, faz muito mais alarde do que antigamente!
“A classe C se tornou o centro das atenções da
economia, com a entrada de 40 milhões de pessoas na última década. Esta fatia
da população equivale a um mercado que movimenta R$ 1 trilhão por ano, valor
que representa mais do que a soma do PIB anual de Argentina, Paraguai, Portugal
e Uruguai. Esta parcela da população é responsável por mais de 60% da renda
nacional. Os novos consumidores representam 53% da população brasileira de
acordo com o IBGE, e nos últimos anos passaram a despertar o interesse do
mercado que quer conquistar essa fatia.” Estes dados fazem parte do estudo “8
Constatações sobre o consumo popular no Brasil”, realizado pela Consumoteca.
Nem
por isso a nova classe média deseja ser como os cidadãos de classes mais altas.
Ao contrário, se orgulham de onde moram, valorizam sua raça e características
físicas. Seus maiores gastos são realizados em prol da família, dos filhos e da
casa. O valor da parcela, na compra a prazo, é mais relevante que o preço final
– ela precisa ‘caber no bolso’, não comprometendo o orçamento familiar. A venda
porta-a-porta atende bem este consumidor, do cosmético às viagens turísticas,
passando pela TV por assinatura e planos de saúde.
Estes
são apenas alguns dados, de um dos estudos feitos sobre esta nova classe de
consumidores. Os varejistas têm muito a ganhar, se ficarem atentos a todas
estas transformações socioeconômicas. E muito a perder, se não o
fizerem...
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