Ninguém em sã consciência deseja errar. O erro, ou os
enganos acontecem por nossa falta de maturidade, e inabilidade em gerenciar as
dificuldades.
O erro faz parte do crescimento,
mas não sua repetição sistemática, que tende ao comodismo e viciação.
“Ninguém nasce sabendo”, esta
frase popular, muito conhecida ilustra bem a situação do erro.
Nascemos sem saber, ou conhecer
uma infinidade de coisas ou circunstâncias da vida, e somente com a vivência
criamos condições para avaliar, conhecer e acertar.
Tomemos por base nosso processo
de alfabetização. Quanta insistência e dificuldades para vencermos as primeiras
etapas. Parecia impossível que as primeiras letras se materializariam no papel,
pelo menos para a grande maioria de nós. No entanto, passada esta fase,
começamos a trabalhar o aperfeiçoamento, não somente da escrita, mas da língua como
um todo.
Erramos durante este período
porque não sabíamos como fazer, erramos tentando acertar. Fomos aos poucos
entendendo e racionalizando. As primeiras tentativas se mostravam primárias e
até desastradas, porém a insistência, a paciência no tentar novamente, nos
capacitou a escrever, a ler, a criar...
Nossos familiares, professores e amigos nos
estimularam a vencer barreiras e pudemos sair vitoriosos.
Aprendemos a ser complacentes com
os nossos equívocos, mas não displicentes. Ao ver tantas pessoas lendo e
escrevendo, sabíamos que se superássemos os primeiro erros, conseguiríamos
também, e não desistimos, pois o desejo da conquista foi mais forte.
Hoje, buscamos a felicidade, o
sucesso material, a harmonia em nossos relacionamentos, e assim como na
elaboração das primeiras letras, também podemos não ser bem sucedidos nas
tentativas iniciais.
Quando buscamos construções
morais mais sólidas, lastreadas por mudanças racionais e coerentes, dentro da
fraternidade, justiça e respeito, entendemos que podemos cometer erros no
processo do aprendizado, mas não devemos nos colocar na posição confortável da
acomodação, pois ela constrange nosso crescimento.
Perdoar-se não pode ser processo
de acomodação, mas de trabalho renovador das atitudes e pensamentos, buscando
não repetir os equívocos cometidos. Aqui encontramos a diferença entre
ressentimento e arrependimento.
Aquele que se ressente, continua
a vivenciar seu erro, ou o do próximo, inúmeras vezes, ressentindo, sentindo
novamente; a dor, a frustração, o ódio, a tristeza, a culpa. Já o que se
arrepende, entende que errou, mas parte para reconstruir, renovar, refazer, a
situação na qual errou, pois já consegue compreender que pode recomeçar. Um se
põe a caminhar, o outro se entrega e estaciona. Aquele que estaciona, pode
desenvolver doenças graves como a Depressão.
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