Fotos expostas no saguão da Prefeitura de Valinhos retratam
o cotidiano do município em várias fases, dos mais importantes acontecimentos
do passado à evolução urbana.
De iniciativa do neto mais velho de Haroldo, Marcel
Trombeta Pazinatto, que coordenada o grande acervo do avô, o projeto tem recebido muitos elogios dos visitantes,
os verdadeiros ‘críticos’, que não perdem a oportunidade de deslumbrar as belas
imagens da exposição que tem na curadoria o artista plástico Genivado Amorim.
As imagens chamam a atenção de todos que circulam pelo
saguão municipal. Crianças ficam surpresas com as antiguidades, jovens querem
descobrir mais sobre o passado, e os idosos voltam no tempo e se emocionam ao
ver seus familiares clicados pelas lentes do mais famoso fotógrafo valinhense,
que por mais de 50 anos se dedicou aos registros da evolução da cidade.
É o caso do aposentado Cirilo Costalonga, 77 anos, que
ficou todo orgulhoso de ver a foto do pai, João Costalonga, falecido aos 92
anos. “Meu pai foi jardineiro na nossa cidade por 80 anos e era muito conhecido.
Esta foto dele com o cachimbo me traz muitas lembranças e saudades. A exposição
foi uma grande idéia deste jovem, o Marcel. São
imagens bonitas, do tempo que eu era bem jovem. Vi esta cidade se transformar.
Ah, estes jogadores aqui foram bem melhores do que muitos craques de hoje”,
falou bem nostálgico e se referindo aos times dos clubes Atlético Valinhense e
Operário, na década de 50.
A dona de casa Cleusa Arlete Medeia Fini, 54 anos,
visitou a exposição acompanhada do marido, Jair Fini, 63, e também recordou
muitas imagens do passado. Olha estas roupas que os jovens de antigamente usavam,
como eram elegantes! Conheci o senhor Haroldo e sempre gostei do trabalho dele.
O estudante Guilherme Couto de Almeida não perdeu a
oportunidade de apreciar todas as fotos. “Eu não imaginava que a nossa cidade
era assim no passado. Que boa recordação deixada pelo fotógrafo. A minha avó
contava que sentava neste banco da praça em frente à Matriz onde agora é o
Largo São Sebastião. Este banco nem existe mais, assim como este jardim que
aparece”, se referindo à imagem registrada na década de 50.
Marcel, que é engenheiro eletrônico,
passou a dedicar boa parte de seu tempo, a partir de 2009, para organizar os 48
mil negativos, além de outras 500 imagens impressas e selecioná-las. “Tenho
mais de 1.600 imagens digitalizadas e acabei criando um método próprio de
arquivística para gerenciar tudo isso”, conta o apaixonado pela iconografia, o
estudo das imagens ou representações visuais. Parte dos negativos foi cedida pela família ao
Centro de Memórias da Unicamp.
O projeto “Os 60 anos de imagens de Haroldo Pazinatto”
também inclui a edição de um livro contendo todas as fotos expostas e a distribuição
de três mil exemplares aos visitantes e uma maquete tridimensional que mostra
detalhadamente o desenho urbano de Valinhos no início da década de 40 quando o
povoado crescia em torno da estação de trem. “Aproveitamos durante este período
de exposição no saguão da Prefeitura para produzir um vídeo-documentário que também
resgatará o trabalho realizado pelo meu avô e a sua contribuição para a história
de Valinhos, e que passará a integrar o mesmo projeto”.
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