sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Veneza, a bela jóia do Adriático

    

De acordo com a tradição, Veneza foi fundada em 421, no dia de São Marcos - 25 de abril -, padroeiro da cidade. Por quase 1.400 anos, a água rasa que separa o grupo de pequenas ilhas da lagoa onde se localiza Veneza as protegeu tanto de invasores vindos de terra firme, como da domínio político italiano. (Guia de Viagem - Itália)
        


         Relativamente livre do domínio papal e das lutas territoriais dos senhores feudais, a República Veneziana se interessou pelo rico comércio com o oriente e com Constantinopla. Assim, manteve sua autonomia política, enriqueceu sua economia e alargou suas fronteiras, tornando-se um importante porto nas rotas comerciais que ligavam leste oriental e Europa.
         Veneza se espalha por mais de 100 ilhotas (1) e, para fazer a conexão entre elas, suas quase 400 pontes (2) são essenciais para ligar as margens dos 177 canais. Com tamanhos e formas diferentes (Ponte do Rialto, Ponte da Academia e Ponte dos Suspiros são as mais importantes), quando as enchentes ocupam os canais, no entanto, fica muito difícil as embarcações conseguirem passar sob elas.
         Entre seus inúmeros atrativos turísticos, a Praça São Marcos é um dos mais visitados: num de seus belos edifícios (Palácio dos Doges) se instalou a sede do governo veneziano, no começo do século IX. E nela foi construída a imensa Basílica dedicada ao santo padroeiro da cidade, cujo corpo/relíquia foi retirado (na realidade, “roubado”) da Alexandria islâmica, no Egito, e transferido para Veneza, no século IX.
         Outro pitoresco cartão-postal da cidade são as gôndolas, um símbolo veneziano muito típico: circular pelos canais dentro de uma gôndola é uma maneira diferente de ver e conhecer essa “joia do Adriático”. É interessante observar que elas navegam em linha reta, quando qualquer outro barco que não tivesse remos dos dois lados navegaria em círculos! Isso é possível porque o lado esquerdo é mais largo que o direito, fazendo com que este fique mais inclinado para a água, compensando o impulso feito pelo gondoleiro apenas de um lado do barco e permitindo a navegação em linha reta.
         Chama a atenção que, numa cidade de tantas e tão fortes cores, as gôndolas belamente decoradas sejam pintadas na cor preta (3). Há muitas explicações para esclarecer os motivos disso, e uma das histórias reza que, no século XVII, por as gôndolas  serem muito extravagantes e ostentosas, o senado veneziano resolveu multar os gondoleiros que se excedessem na decoração de seus barcos. Entretanto, alguns gondoleiros preferiam desobedecer a ordem, pagar a multa e manter a ostentação em suas embarcações. Então, um magistrado veneziano resolveu ordenar que todos os barcos fossem pintados de preto.
         Uma explicação mais plausível para o uso da cor preta é que havia a necessidade do uso de piche para tornar as gôndolas à prova d'água...
         Outra teoria é que,  em 1562, a cidade foi invadida pela peste, doença que matou milhares de venezianos. Após aquele fatídico ano, os gondoleiros assinalaram o seu luto pintando as gôndolas de negro.
         Durante 900 anos, apenas homens podiam transportar pessoas nos canais da cidade italiana, numa tradição que passava de pai para filho. Mas desde 2010, Giorgia Boscolo se tornou a primeira (e, parece, a única) mulher gondoleira, depois de fazer o curso profissionalizante, com treinamento de navegação durante centenas de horas nos canais de Veneza, e de realizar muitas provas e um exame final para ter direito à licença oficial.
    
     Seja passeando a pé, de vaporeto ou de gôndola, Veneza é a joia que coroa uma viagem de férias cheia de belezas naturais e monumentos arquitetônicos!        


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