sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Ainda (e até quando) sobre racismo!





“Não temos a mesma cor, mas somos filhos do mesmo Deus... E temos o mesmo sangue nas veias... Ninguém vai crescer em cima de nenhum de nós, porque sabemos o nosso valor!! Ninguém vai atingir minha família com atitudes racistas, porque não permitiremos que nos atinjam... Só iremos proporcionar um pouco de educação e conhecimento que falta nessa sua vidinha medíocre!"






Esta semana, minha filha foi vítima de racismo na escola onde estuda em São Paulo. A escola está inserida em uma área nobre da cidade, e seu entorno é muito bem estruturado. Acredito que todas as crianças residam em casa com água, luz e esgoto. O uniforme é pago e todas as crianças usam.
Quando a professora ficou sabendo do ocorrido, fez com que as crianças, que participaram da agressão (todas na faixa dos 8 – 10 anos) fizessem uma cartinha de retratação.
Quando fui informada do ocorrido, fiquei indignada... É a terceira vez que isso ocorre, na mesma escola, e a falta de comprometimento dos docentes para banir este comportamento é revoltante. Entrei em contato com a direção da escola, fui encaminhada para a vice-diretora, que me pediu 24 h pra ficar a par do assunto e me dar a posição da escola.


Quando minha filha chegou hoje, me disse que tinha sido um mal entendido.. e que ela (minha filha) tinha se enganado.... COMO??? “A vice-diretora falou com todos separado..e depois nos uniu e eles falaram que eu entendi errado, que tinha sido apenas uma brincadeira.. que não tinha sido por mal... Que eu que me enganei.. Não sei bem do que.. não entendi.. mas fui eu que me enganei mãe”....
Não é possível que ainda hoje, depois de tanto conhecimento, ainda existam pessoas que se julguem melhor que outros por cor, credo, altura, porte físico , ou por qualquer outro motivo.
Quando esse tipo de problema aparece, a escola tem que se posicionar de maneira EDUCATIVA, ou seja, entrar em contato com órgãos competentes que possam ministrar  uma palestra para os alunos acompanhado de seus  PAIS, porque o racismo se aprende em casa!
Neste caso não é possível registrar um Boletim de Ocorrência, porque tanto os agressores quanto a criança agredida são menores de 12 anos! Então EDUCAR é a única coisa possível a ser  feita.
Esse Estado falho, que não proporciona segurança, saúde, educação ou lazer; Direitos humanos que só favorecem bandidos; uma justiça lenta, apoiada em leis simplistas e cheias de “escapatórias”... 
Expliquei pra minha filha que ela não se enganou, que foi racismo e preconceito mesmo, mas que ela tenha pena dessas pessoas que precisam ofender outras pra se sentirem alguém. Que ela jamais ofenda pra se defender, que tenha pena de quem não tem estrutura familiar, de caráter... 




Assim como o veneno, as ofensas só nos farão mal se nos aceitarmos e engulirmos... O que não é verdade, não atingirá nem aos meus filhos, nem a mim!

Cristina Morse
Bacharel em Ciência  da Computação
Social Media Strategist
E mãe!



Edição n.º 953 - Página 05


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