“O ano de 2013 foi muito bom.
Muito didático. Aprendemos a ver as coisas pelo lado torto. Ótimo, pois nossa
verdade está no avesso.” (Arnaldo Jabor, O Estado de S.Paulo, 31/12/2013)
Nas manifestações de rua do ano passado, um dos cartazes
carregados instigava os brasileiros a se pronunciarem, como mostra a imagem
anexa.
O articulista do Estadão comenta esse fato e ainda
continua, no seu modo irônico e impregnado de sarcasmo: “Aprendemos que
corrupção no Brasil não é apenas endêmica; é eterna. Ela está encravada na alma
de nossos políticos. Foi através da corrupção que construímos esse país, no
adultério entre o público e o privado ou entre o "púbico e a
privada". Daí nasceu nosso mundo: estradas rotas; passagens aéreas para
homens irem implantar perucas ou visitar as amantes e casas de mães joanas;
apenas 30% da população realmente alfabetizada. O resto é analfabeto funcional
que assina o nome, mas não sabe mais nada.”
Alguns meses depois (11/03/2014), com mais sutileza, o
ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio de Mello escreveu no Correio Braziliense: “O eleitor revela-se o
personagem principal da eleição. É a pedra angular de todo o processo e tem a
palavra final quanto ao país que queremos construir. A escolha realizada afeta
a vida de todos. O voto, apesar de uno, soma-se a outros, resultando na escolha
do representante. Daí não ser dado ao eleitor posar de vítima dos que buscam o
cargo para dele se servirem. Precisa-se amadurecer e afastar a superada ideia
de que os problemas brasileiros são alheios e independem, para serem
solucionados, do povo. Incumbe ao cidadão sair do marasmo e participar com
responsabilidade, assumindo o papel a si reservado. Quem tem o direito de votar
dele não deve abdicar. Se há descontentamento, a urna é o lugar de protesto
social por excelência.”
A hora se aproxima, e todos os brasileiros são convocados
a comparecer às urnas e a expressar, pelo voto livre, de forma pacífica e
ordeira, o que querem para o futuro. Que cada um compreenda que é artífice
dessa obra e que anular o voto, votar em branco ou não ir votar (cidadãos entre
16 e 18 anos, ou de mais de 70 anos) não ajuda a mudar e/ou a melhorar a
situação em que o país se encontra.
Edição n.º 952 - Página 01
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