“O Brasil, não obstante os reiterados esforços de
implosão da verdade (a mentira e o cinismo tomaram conta da vida pública) e de
destruição da liberdade (a desmoralização programada das instituições
democráticas e a transformação das imensas massas de excluídos em instrumentos
do marketing populista), ainda conserva importantes reservas éticas.”
(Carlos Alberto di Franco, O Estado de S.Paulo,
17/3, A2)
Para fazer valer tais reservas éticas, a indústria da
corrupção nos altos escalões da República (com as raras exceções de praxe) pode
e deve ser combatida com o melhor instrumento da sociedade democrática: o voto
válido, limpo e consciente.
Para lutar contra o pragmatismo absoluto, o vale-tudo, a
ausência de qualquer vestígio de espírito público, a vontade de fazer “o diabo
para conquistar votos”, é preciso pintar a cara com as cores da bandeira
brasileira e ir às urnas em 5 de outubro.
Neste ano, a Câmara e o Senado custarão quase R$ 9
bilhões, mas os congressistas trabalham tão pouco que eles é que deveriam
indenizar os contribuintes que os sustentam: os dias de fato trabalhados nas
duas casas não chegarão à metade dos 365 dias do ano – devido a recessos,
oficiais ou “brancos”, Copa, eleições e outras “desculpas”. Os políticos não
aparecem para trabalhar, mas recebem os salários de R$ 26.723,13 rigorosamente
em dia. Após o recesso do meio do ano, por exemplo, os parlamentares
“trabalharam” dois dias em agosto, outros dois em setembro. Agora, só em
outubro... Realmente, é preciso cobrar “ordem no Congresso”, para não nos
sentirmos mais palhaços do que o palhaço deputado.
As eleições estão chegando. É preciso votar para renovar,
profundamente, o cenário nacional: não votar em candidatos sob suspeição, em
políticos indiciados, em oportunistas ou covardes.
Depende da cidadania de cada um dos que constituem a
reserva ética do Brasil fazer deste um país melhor e mais justo.
Edição n.º 953 - Pàgina 01
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