“Fiel à ideia, por ela mesma proclamada, de que em
campanha eleitoral é permitido fazer "o diabo" a presidente Dilma
Rousseff transformou seu encontro protocolar com o papa Francisco num ato de
palanque. Esse comportamento condiz perfeitamente com um governo fundado em
artimanhas marqueteiras e disposto a fazer de tudo para recuperar a
popularidade perdida.” (O Estado de
S. Paulo, 24/7, A3)
Em lugar de dirigir algumas palavras de
boas-vindas ao papa e desejar-lhe sucesso na Jornada Mundial da Juventude, em
seu pronunciamento a presidente explorou o momento para fazer o elogio dos
governos lulopetistas, reafirmar sua missão mística de salvar os miseráveis de
todo o mundo e pedir a ajuda do papa, propondo-lhe uma aliança para o combate à pobreza mundial. No entanto, o Vaticano procura se afastar dessa tentativa
do governo brasileiro, por não querer ser usado politicamente pelo Brasil.
Neste período de inferno astral do
partido, “o presidente do PT atribui as dificuldades do governo a falhas de
comunicação, como se o governo não gastasse mais de um bilhão de reais por ano
em triunfais campanhas publicitárias de João Santana vendendo o Brasil
Maravilha de Lula e Dilma. Mas o governo é vítima de seu excesso de
comunicação, contrastado fragorosamente pela realidade das ruas”, escreveu
Nelson Motta (O Globo, 12/7).
E, na revista Época (03/07) a colunista Ruth de Aquino
afirmou: “A presidente está isolada por seus pares e ímpares. Sua sorte é que,
até agora, não há líderes oposicionistas com discurso consistente para o futuro
do país. Aécio Neves converteu-se a uma pálida sombra do que poderia ser.
Marina Silva virou uma analista em cima do muro, com o aposto de
"evangélica". Eduardo Campos desistiu do combate às claras e age nos
bastidores à espera de uma derrapagem fatal. E Lula é hoje a pedra mais
incômoda no sapato alto da presidente”.
Como constata J. R. Guzzo na revista Exame (21/7), “o que o governo Dilma
Rousseff está recebendo, agora, é a conta a pagar por mais de dez anos de
mentira, durante os quais acreditou que seria possível mentir para sempre.
Ainda há pouco falavam que o Brasil, graças ao gênio do ex-presidente Lula, era
um fenômeno de sucesso sem paralelo na história econômica mundial. Teríamos
"índices chineses" de crescimento. A transposição das águas do rio
São Francisco seria a maior realização da engenharia humana desde as pirâmides
do Egito. O governo do PT estaria fazendo uma das maiores transferências de
renda para os pobres já vista na história. O petróleo do pré-sal levaria o
Brasil à Opep. Mas não havia nada disso no mundo real. A transposição de águas
não transpôs água, mas apenas verbas. No caso do petróleo do pré-sal, venderam
a pele do urso antes de matarem o urso. É esse o problema com a verdade. Um dia
ela aparece.”
É isso: a mentira tem pernas curtas...