sexta-feira, 26 de julho de 2013

As pernas curtas da mentira

                                     

Fiel à ideia, por ela mesma proclamada, de que em campanha eleitoral é permitido fazer "o diabo" a presidente Dilma Rousseff transformou seu encontro protocolar com o papa Francisco num ato de palanque. Esse comportamento condiz perfeitamente com um governo fundado em artimanhas marqueteiras e disposto a fazer de tudo para recuperar a popularidade perdida.” (O Estado de S. Paulo, 24/7, A3)


         Em lugar de dirigir algumas palavras de boas-vindas ao papa e desejar-lhe sucesso na Jornada Mundial da Juventude, em seu pronunciamento a presidente explorou o momento para fazer o elogio dos governos lulopetistas, reafirmar sua missão mística de salvar os miseráveis de todo o mundo e pedir a ajuda do papa, propondo-lhe uma aliança para o combate à pobreza mundial. No entanto, o Vaticano procura se afastar dessa tentativa do governo brasileiro, por não querer ser usado politicamente pelo Brasil.
         Neste período de inferno astral do partido, “o presidente do PT atribui as dificuldades do governo a falhas de comunicação, como se o governo não gastasse mais de um bilhão de reais por ano em triunfais campanhas publicitárias de João Santana vendendo o Brasil Maravilha de Lula e Dilma. Mas o governo é vítima de seu excesso de comunicação, contrastado fragorosamente pela realidade das ruas”, escreveu Nelson Motta (O Globo, 12/7).
         E, na revista Época (03/07) a colunista Ruth de Aquino afirmou: “A presidente está isolada por seus pares e ímpares. Sua sorte é que, até agora, não há líderes oposicionistas com discurso consistente para o futuro do país. Aécio Neves converteu-se a uma pálida sombra do que poderia ser. Marina Silva virou uma analista em cima do muro, com o aposto de "evangélica". Eduardo Campos desistiu do combate às claras e age nos bastidores à espera de uma derrapagem fatal. E Lula é hoje a pedra mais incômoda no sapato alto da presidente”.
         Como constata J. R. Guzzo na revista Exame (21/7), “o que o governo Dilma Rousseff está recebendo, agora, é a conta a pagar por mais de dez anos de mentira, durante os quais acreditou que seria possível mentir para sempre. Ainda há pouco falavam que o Brasil, graças ao gênio do ex-presidente Lula, era um fenômeno de sucesso sem paralelo na história econômica mundial. Teríamos "índices chineses" de crescimento. A transposição das águas do rio São Francisco seria a maior realização da engenharia humana desde as pirâmides do Egito. O governo do PT estaria fazendo uma das maiores transferências de renda para os pobres já vista na história. O petróleo do pré-sal levaria o Brasil à Opep. Mas não havia nada disso no mundo real. A transposição de águas não transpôs água, mas apenas verbas. No caso do petróleo do pré-sal, venderam a pele do urso antes de matarem o urso. É esse o problema com a verdade. Um dia ela aparece.”

         É isso: a mentira tem pernas curtas...

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