sexta-feira, 5 de julho de 2013

“O brasileiro é um feriado...”


 “Quando se sente bater/ No peito, heróica pancada,/ Deixa-se a pena de lado,/ Enquanto se vai morrer”. (Hino dos Estudantes de Direito, em 1932)

A revolução Constitucionalista de 1932, foi um movimento de insurreição contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Ocorreu entre julho e outubro, em São Paulo.
Os insurgentes exigiram a convocação da Assembléia Constituinte, promessa antiga de Vargas.
Além da Constituição, São Paulo também queria o fim da intervenção federal nos estados.

Houve uma grande repercussão popular. Os estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco se juntaram aos manifestantes, e quatro deles foram mortos pela polícia, durante um comício no centro da capital em 23 de maio de 1932.
Em homenagem àqueles estudantes, o movimento passou a se chamar MMDC, iniciais dos nomes deles: Martins, Miragaia, Drausio e Camargo.
Em 9 de julho, começou a rebelião armada, com milhares de voluntários civis sendo incorporados aos batalhões das forças estaduais. O Rio Grande do Sul e Minas Gerais prometeram aderir, mas o reforço esperado não chegou. São Paulo foi cercado pelas tropas legalistas e depois de muitas negociações envolvendo anistia (aos soldados rebeldes) e o exílio dos líderes civis e chefes militares do movimento , os paulistas anunciaram oficialmente sua rendição, em 3 de outubro de 1932.
A Constituição foi promulgada pela Assembléia Constituinte somente em 1934. Ela conferia maior poder ao Governo Federal, reconhecia o voto obrigatório e secreto e o direito de voto às mulheres (garantido em 1932 através do decreto 21.076 do Código Eleitoral Provisório ).
A Constituição é a Lei fundamental e suprema de um Estado e as mudanças constitucionais, em geral, ocorrem no contexto de importantes mudanças sociais e políticas do país.
As datas nacionais podem e devem ser festejadas, mas seria bom que houvesse a preocupação do Estado em fazer conhecer os fatos e feitos históricos, por meio da educação escolar, para que tais acontecimentos possam ser enaltecidos e comemorados com dignidade.
As datas nacionais não podem ser consideradas apenas mais um “feriado” sem significado histórico.
O investimento na educação, principalmente a básica, é o caminho para o progresso e a evolução social, além de ser um passaporte para o Primeiro Mundo.
Se “o brasileiro é um feriado”, como disse o dramaturgo Nelson Rodrigues, então tinha razão o ex-presidente francês Charles de Gaulle, quando afirmou que “o Brasil não é um país sério”...

Texto
Tom Santos
E, acompanhando com espanto e desgosto a atual crise em que está mergulhado este Governo Federal (com sua inesgotável incompetência política), dá para acreditar que o Brasil está bem administrado?

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