sexta-feira, 26 de julho de 2013

Francisco, o Papa do povo



A presença do Papa Francisco no Rio de Janeiro, em sua primeira viagem internacional como Sumo Pontífice, para a Jornada Mundial da Juventude, comprova seu carisma e popularidade. E também sua abertura e, principalmente, sua humanidade. Todos querem vê-lo, estar perto dele, tocá-lo. É o papa do povo, o pontífice da esperança, que pede licença para bater no portal do coração de cada jovem e dizer que não traz ouro, nem prata, mas Jesus Cristo. Mostra-se Francisco um Papa efetivo seguidor de Jesus Cristo humano, afetuoso e libertador. Francisco quer uma Igreja missionária, que vá ao encontro de todos, que anuncie o Evangelho a todos. É com este clima festivo e de celebração da vida, que o Papa Francisco destaca o protagonismo da juventude, para o futuro de uma sociedade melhor, mais justa e solidária, como propõe a doutrina social cristã. É o papa da alegria, do diálogo, da escuta. E que também se move entre as multidões, que quer estar no meio do povo, sentir o cheiro das ovelhas, como pastor cheio de afeto e de cuidados.


         O Papa Francisco deve reforçar o tom da missionariedade, do Documento de Aparecida, do qual ele mesmo foi o redator. Nesse sentido, vem se percebendo por suas atitudes o apreço do Papa por uma Igreja mais circular, mais das bases, do que hierárquica. Por isso quebra protocolos, abre mão da pompa do papado, e age como um igual, ele mesmo levando sua mala de viagem, como fez quando entrou no avião, em Roma, em sua vinda ao Brasil. Ele próprio também pagou a conta do hotel onde ficou hospedado durante o conclave de março de 2013. A sua gentileza é tanta que, por certo, ele já esqueceu a grosseria com a qual foi tratado pelas autoridades brasileiras: teve que esperar no avião que o trouxe de Roma, dando voltas na cidade de Valença, no estado do Rio, até que o avião da “presidenta” Dilma chegasse para recebê-lo, pois saiu atrasada de Brasília; chegando da longa viagem que fez de Roma até o Rio, depois de aguentar o tranco de um desfile de carro no trânsito até o Palácio Guanabara, o pontífice de 76 anos, ainda teve que ouvir um discurso eleitoral de quase meia hora da “presidenta” Dilma, de autoelogio ao seu governo, quando ele, com clareza e concisão falou apenas 15 minutos; o atropelo das figuras carimbadas do governo, sem qualquer consideração, para serem fotografadas ao seu lado, já prevendo dividendos eleitorais. Mas o papa é gentil; é da sua índole. Ele, por certo, já esqueceu essas grosserias, para dizer o mínimo. Com essa informalidade, o Papa espera tornar a Igreja mais simples, mais próxima, mais acolhedora.


         A Jornada Mundial da Juventude é um momento privilegiado da Igreja para oferecer ao jovem a sua mensagem e reforçar seus princípios e valores, dando um sentido de vida àqueles que a Igreja espera fazer mover por uma sociedade melhor, pautada no Evangelho. A coincidência do primeiro Papa latino-americano e jesuíta presidir a Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, este país continental, é certamente significativa. Dessa visita papal surgirá, acredito, uma Igreja renovada capaz de dar aos jovens a luz de que precisam para nortearem suas vidas para a solidariedade, o bem comum e o amor a Deus e aos irmãos, para que tenham vida em abundância. Por isso, Francisco, o Papa do POVO, que honra e enaltece o nome que adotou para o seu pontificado, o do “poverello” de Assis, é bem vindo em nosso meio e, daqui, desejo-lhe, reverente, sucesso em sua missão. “In cuore”.










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