A
presença do Papa Francisco no Rio de Janeiro, em sua primeira viagem
internacional como Sumo Pontífice, para a Jornada Mundial da Juventude,
comprova seu carisma e popularidade. E também sua abertura e, principalmente,
sua humanidade. Todos querem vê-lo, estar perto dele, tocá-lo. É o papa do
povo, o pontífice da esperança, que pede licença para bater no portal do
coração de cada jovem e dizer que não traz ouro, nem prata, mas Jesus Cristo. Mostra-se
Francisco um Papa efetivo seguidor de Jesus Cristo humano, afetuoso e
libertador. Francisco quer uma Igreja missionária, que vá ao encontro de todos,
que anuncie o Evangelho a todos. É com este clima festivo e de celebração da
vida, que o Papa Francisco destaca o protagonismo da juventude, para o futuro
de uma sociedade melhor, mais justa e solidária, como propõe a doutrina social
cristã. É o papa da alegria, do diálogo, da escuta. E que também se move entre
as multidões, que quer estar no meio do povo, sentir o cheiro das ovelhas, como
pastor cheio de afeto e de cuidados.
O
Papa Francisco deve reforçar o tom da missionariedade, do Documento de
Aparecida, do qual ele mesmo foi o redator. Nesse sentido, vem se percebendo
por suas atitudes o apreço do Papa por uma Igreja mais circular, mais das
bases, do que hierárquica. Por isso quebra protocolos, abre mão da pompa do
papado, e age como um igual, ele mesmo levando sua mala de viagem, como fez
quando entrou no avião, em Roma, em sua vinda ao Brasil. Ele próprio também
pagou a conta do hotel onde ficou hospedado durante o conclave de março de 2013.
A sua gentileza é tanta que, por certo, ele já esqueceu a grosseria com a qual
foi tratado pelas autoridades brasileiras: teve que esperar no avião que o
trouxe de Roma, dando voltas na cidade de Valença, no estado do Rio, até que o
avião da “presidenta” Dilma chegasse para recebê-lo, pois saiu atrasada de
Brasília; chegando da longa viagem que fez de Roma até o Rio, depois de
aguentar o tranco de um desfile de carro no trânsito até o Palácio Guanabara, o
pontífice de 76 anos, ainda teve que ouvir um discurso eleitoral de quase meia
hora da “presidenta” Dilma, de autoelogio ao seu governo, quando ele, com
clareza e concisão falou apenas 15 minutos; o atropelo das figuras carimbadas
do governo, sem qualquer consideração, para serem fotografadas ao seu lado, já
prevendo dividendos eleitorais. Mas o papa é gentil; é da sua índole. Ele, por
certo, já esqueceu essas grosserias, para dizer o mínimo. Com essa
informalidade, o Papa espera tornar a Igreja mais simples, mais próxima, mais
acolhedora.
A
Jornada Mundial da Juventude é um momento privilegiado da Igreja para oferecer
ao jovem a sua mensagem e reforçar seus princípios e valores, dando um sentido
de vida àqueles que a Igreja espera fazer mover por uma sociedade melhor,
pautada no Evangelho. A coincidência do primeiro Papa latino-americano e
jesuíta presidir a Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, este país
continental, é certamente significativa. Dessa visita papal surgirá, acredito, uma
Igreja renovada capaz de dar aos jovens a luz de que precisam para nortearem
suas vidas para a solidariedade, o bem comum e o amor a Deus e aos irmãos, para
que tenham vida em abundância. Por isso, Francisco, o Papa do POVO, que honra e
enaltece o nome que adotou para o seu pontificado, o do “poverello” de Assis, é
bem vindo em nosso meio e, daqui, desejo-lhe, reverente, sucesso em sua missão.
“In cuore”.
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