A 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) acontecerá
de 23 a 28 de julho no Rio de Janeiro. Pela primeira vez esse
evento da Igreja Católica ocorre em um país
cuja língua portuguesa é majoritária, e pela segunda vez em um país
da América do Sul (o primeiro encontro no
subcontinente foi na Argentina em 1987). A escolha da cidade
brasileira foi feita pelo então Papa Bento
XVI em 2011, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude daquele
ano. Será o primeiro encontro da juventude católica que terá à
frente o carismático Papa Francisco.
Para a vinda do papa Francisco ao Rio e
Aparecida (SP) foi montada uma megaoperação, que envolverá um efetivo de 10.700
homens, sendo a maioria das Forças Armadas. A Igreja vai colaborar com a
contratação de 2.000 seguranças particulares.
As autoridades justificam o gasto por
conta da mobilização popular para o evento, estimando-se que, pelo menos, dois
milhões de peregrinos se desloquem para o Rio. Muitos deles serão
acolhidos em casas de família, inclusive nas comunidades de favelas, entre os
dias 22 a
28 de julho. Estima-se a distribuição
de quatro milhões de hóstias durante os seis dias da Jornada.
Mais
de 42 mil jovens de diversas províncias argentinas registraram-se para
participar da Jornada no Rio de Janeiro. Os jovens, a maioria de organizações
católicas ou grupos paroquiais, realizam seus últimos preparativos para a
viagem rumo ao Brasil. Diversas estimativas indicam que metade dos peregrinos virá
em ônibus e o restante, de avião. O maior grupo organizado partirá nesta noite
de sexta-feira, 19, desde a Praça de Mayo, na frente da catedral portenha,
templo onde o cardeal Jorge Bergoglio, o papa Francisco, trabalhou durante mais
de uma década.
Neste momento em que vivemos, em que a
sociedade manifesta-se preocupada com os gastos públicos, questiona-se a
legalidade do custo a ser suportado pelos entes estatais. Contudo, muito embora
seja vedado ao Estado subvencionar cultos religiosos, não se pode deixar de considerar
que o Papa, além de líder da Igreja Católica, é chefe do Estado do
Vaticano, o menor país do mundo.
De qualquer forma, discussões e firulas à
parte, o evento será um momento importante para que o mundo
ouça a mensagem do novo papa, vindo do continente latino-americano. E também
ouça o que dirá aos jovens que virão do mundo todo para o Rio de Janeiro.
Francisco
tem em seus ombros uma grande responsabilidade, além daquela de urgente
reestruturação da cúpula da Igreja: reverter a queda de 15% no número de
católicos situados na faixa etária de 15 a 19 anos no Brasil, num espaço
conquistado pelos evangélicos. Francisco deve trazer aos jovens a mensagem da
Igreja, seus valores e princípios, para que estes se sintam verdadeiramente
amados e possam tomar decisões em suas vidas, de acordo com a moral e a ética
que os ajudem a se realizar como pessoas de bem. Nesse sentido, deve afirmar a
valorização da família, do trabalho, do bem comum, da solidariedade, enfim, de
todos os valores humanos que constroem o bem e a paz. Por isso, as Jornadas
Mundiais da Juventude são sempre um sucesso, com grande afluxo de jovens, que
querem ouvir a mensagem do papa, e manifestar a disposição de viver os valores
do Evangelho, mesmo num mundo de tanto individualismo, hedonismo e consumismo,
em suas tantas formas de egoísmo, com as consequências conhecidas de ausência
do sentido de vida, solidão, violência. A mensagem do papa se colocará, por
certo, em sentido contrário a essa onda.
Eu, mesmo correndo o risco de ser mal interpretada, acho indispensável colocar aqui a minha opinião:
ResponderExcluirÉ um absurdo a vinda do Papa Francisco custar R$ 118 milhões aos cofres públicos...
Acho sim, importante sua vinda, pois nossos jovens estão carentes de religiosidade e valores morais e/ou éticos, mas essa visita deveria ser custeada pela Igreja Católica que possui uma riqueza imensa e tão pouco se fala sobre isso...
Mas não vou entrar nesse mérito...
Só peço à Deus que essa visita, tão cara, custeada pelo povo brasileiro que já é tão massacrado pelos altos impostos, seja frutífera e faça a diferença na vida de alguém!
Parabéns professor Vilela, pela perfeita colocação... Quiça eu conseguisse usar as palavras com tanta sabedoria!
PS: Parabéns também pelo seu aniversário!
Querida leitora,
ExcluirSua opinião é muito importante para nós, e quando se defende o próprio ponto de vista não se pode ser mal interpretada. Há uma diversidade de interpretações do momento atual. Agradecemos os elogios ao nosso colaborador, Dr. Vilela. Continue se manifestando sempre, porque o Brasil está carente de pessoas de opinião! Abraços
Prezada Rosa Maria,
ExcluirAgradeço, ainda uma vez, o seu oportuno e, sobretudo, gentil comentário, inclusive os cumprimentos pelo transcurso do meu aniversário. Com efeito, os gastos para recepcionar o papa Francisco foram excessivos. Veja: só para a recepção que o governador do Rio ofereceu ao pontífice no Palácio Guanabara foram gastos mais de 800 mil reais. Eu tenho a mais absoluta convicação de que o Papa não concorda com isso, até porque já deu mostras disso com a sua atitude e gestos claros de humildade e desprendimento, que revelam inegável espírito público, de servir e não ser servido. Sua Santidade estaria satisfeito com um simples cafezinho, à moda brasileira. Mas estamos no Brasil onde, como diria Bibi Ferreira, com a propriedade que lhe é peculiar, o político não é público. Aguardo, com expectativa, o próximo comentário, pois assim terei certeza que estou trilhando o caminho certo. "In cuore".
Vilela