sexta-feira, 19 de julho de 2013

O eterno repeteco


“Nada mais difícil de manejar, mais perigoso de conduzir ou de mais incerto sucesso do que liderar a introdução de uma nova ordem de coisas, pois o inovador tem contra si todos que se beneficiavam das antigas condições, e apoio apenas tíbio dos que se beneficiarão da nova ordem.” (Nicolau Maquiavel, 1469 – 1527)
O filósofo, político e escritor Maquiavel acreditava que, em política, só se deve ter em mente os fins a atingir, sem se deixar dominar por preconceitos de ordem moral.

O trecho acima, extraído do discurso dele, dá a nítida impressão de que o amoralismo político de manejar ideias e conceitos, pelo medo de perder o poder conquistado, pelos interesses dos que se beneficiam particularmente com tal situação não mudou, através dos séculos, nas diferentes sociedades políticas, nem mesmo nas atuais democracias.
As pessoas do povo só se apercebem disso depois de serem trapaceadas e ludibriadas pela maioria dos políticos de nosso tempo, agrupados em legiões e avessos à introdução de qualquer mudança ou inovação no status quo das vantagens a qualquer custo para os companheiros e apaniguados.
As pessoas do povo se iludem com as máscaras enganadoras e os gestos ensaiados deles.
Elas depositam nas mãos deles as esperanças e o desejo de verem respeitada a sua cidadania. E se desiludem, irremediavelmente, vez após outra.
Depois de serem guindados ao poder, os políticos retornam às suas verdadeiras condições de componentes de “castas” isoladas, dissimuladas, contrárias a quaisquer novas ordens, não valendo nem mesmo as da antiga ética e da velha moral que pregavam, quando não tinham ainda alcançado o pódio.
E o povo, que pensava ter aderido a líderes inovadores, dignos, incorruptíveis e probos, cai no abismo da insatisfação com a classe política dirigente da vez.
Na realidade o que o povo fez, nas últimas eleições, foi contribuir para fortalecer uma falange de pretensiosos medíocres, arrogantes, incultos, vorazes, insensíveis e ambiciosos.
Texto
Tom Santos
Nada mudou muito, desde a Idade Média e Maquiavel.

Infelizmente!

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