De tapeação
em tapeação, o governo justifica suas falcatruas, sua já inquestionável
incompetência para administrar este país e vai continuando de vento em popa com
rumo à reeleição da presidente Dilma Vana Rousseff. Suportado em excelentes
marqueteiros, o governo está se lixando para a opinião pública. Quer, a todo e
qualquer custo, vencer as eleições. Quer continuar no poder. Na verdade chego a
questionar: poder para quê? Para melhorar a qualidade de vida do povo ou para
simples exercício retórico ou mesmo para encher os bolsos dos seus acólitos? De
qualquer forma, trago a você, leitor, alguns dos inúmeros exemplos de
“tapeação” que pipocam nesta pobre e sofrida pátria mãe gentil e que,
lamentavelmente, atinge a todos nós.
Aeroportos: a infraestrutura
de transportes que o Brasil precisa oferecer durante a Copa do Mundo vai ter
lacunas. Seis terminais de passageiros dos aeroportos que passam por reformas
só vão ficar prontos depois do mundial. O
presidente da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária, empresa pública federal), Antonio Gustavo Matos do Vale,
reconhece o atraso das obras e
afirma que “Nós podemos, vamos dizer assim, tapear as obras de modo que você melhore a operacionalidade sem terminar
ela como um todo.”
Inflação: o
IPCA de março foi o mais alto do mês em onze anos. Em doze meses já acumula uma
alta de 6,15%. E ainda assim é um número tapeado,
pois boa parte dos preços administrados pelo governo se encontram congelados,
cujo índice real será conhecido após as eleições.
Queda nos valores das tarifas de
energia: com menos investimentos no setor, corre-se o riso de
apagão e racionamento. Evidente que é o consumidor que vai pagar a conta, numa
tapeação que só vai resistir até as eleições.
Programa Mais Médicos: a
importação de escravos da ilha cubana não resolveu o problema da saúde no
Brasil. Essa tapeação está em curso e se prolongará mesmo após as eleições.
Faxina ética: a
maioria dos ministros defenestrados voltou ao governo. Mais uma tapeação,
aplicada sempre que necessário para calar a imprensa.
Gasolina:
preços represados para não impactar ainda mais a inflação. Mas é uma tapeação
com prazo marcado, ou seja, até as eleições.
Petrobrás:
independentemente do escândalo da compra da usina de Pasadena nos Estados
Unidos, em que o Brasil pagará 1,18 bilhão de dólares por uma refinaria que
custou 42 milhões de dólares, o governo está à frente de uma operação política
para a construção de uma refinaria em associação
com o governo da Venezuela, cujo custo, estimado inicialmente em 2 bilhões de dólares,
ultrapassa hoje 20 bilhões de dólares. A
exportação de plataformas é mais uma tapeação, visto que esses equipamentos
continuam em nossos mares. A estatal
brasileira, há décadas lucrativa, já conta com um prejuízo estimado de 7,30
bilhões de reais em relação à Receita Federal e uma queda de 36% no lucro,
enfrentando um de seus piores momentos. A dívida total supera largamente este
valor. Uma das empresas com maior potencial operativo do país e com um dos
valores mais altos de mercado, com esse enorme rombo, corre o risco de ruir. Só
não entra em falência porque, no Brasil, os bens públicos são impenhoráveis. Conseguiu-se
transformar o petróleo da estatal — que é o orgulho dos brasileiros — em
retrocesso, dívida e prejuízo e não em dinheiro, investimentos reais e retornos
significativos para a população, exceto o preço absurdo que pagamos pelo combustível.
Essa tapeação não tem prazo para terminar e configura crime de lesa-pátria.
E viva a Copa do Mundo, a FIFA e os valores superfaturados
dos estádios!
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