quinta-feira, 17 de abril de 2014

De tapeação em tapeação, eu chego lá...




De tapeação em tapeação, o governo justifica suas falcatruas, sua já inquestionável incompetência para administrar este país e vai continuando de vento em popa com rumo à reeleição da presidente Dilma Vana Rousseff. Suportado em excelentes marqueteiros, o governo está se lixando para a opinião pública. Quer, a todo e qualquer custo, vencer as eleições. Quer continuar no poder. Na verdade chego a questionar: poder para quê? Para melhorar a qualidade de vida do povo ou para simples exercício retórico ou mesmo para encher os bolsos dos seus acólitos? De qualquer forma, trago a você, leitor, alguns dos inúmeros exemplos de “tapeação” que pipocam nesta pobre e sofrida pátria mãe gentil e que, lamentavelmente, atinge a todos nós.

Aeroportos: a infraestrutura de transportes que o Brasil precisa oferecer durante a Copa do Mundo vai ter lacunas. Seis terminais de passageiros dos aeroportos que passam por reformas só vão ficar prontos depois do mundial. O presidente da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, empresa pública federal), Antonio Gustavo Matos do Vale, reconhece o atraso das obras e afirma que “Nós podemos, vamos dizer assim, tapear as obras de modo que você melhore a operacionalidade sem terminar ela como um todo.”

Inflação: o IPCA de março foi o mais alto do mês em onze anos. Em doze meses já acumula uma alta de 6,15%. E ainda assim é um número tapeado, pois boa parte dos preços administrados pelo governo se encontram congelados, cujo índice real será conhecido após as eleições.

Queda nos valores das tarifas de energia: com menos investimentos no setor, corre-se o riso de apagão e racionamento. Evidente que é o consumidor que vai pagar a conta, numa tapeação que só vai resistir até as eleições.

Programa Mais Médicos: a importação de escravos da ilha cubana não resolveu o problema da saúde no Brasil. Essa tapeação está em curso e se prolongará mesmo após as eleições.
Faxina ética: a maioria dos ministros defenestrados voltou ao governo. Mais uma tapeação, aplicada sempre que necessário para calar a imprensa.

Gasolina: preços represados para não impactar ainda mais a inflação. Mas é uma tapeação com prazo marcado, ou seja, até as eleições.

Petrobrás: independentemente do escândalo da compra da usina de Pasadena nos Estados Unidos, em que o Brasil pagará 1,18 bilhão de dólares por uma refinaria que custou 42 milhões de dólares, o governo está à frente de uma operação política para a construção de uma refinaria em associação com o governo da Venezuela, cujo custo, estimado inicialmente em 2 bilhões de dólares, ultrapassa hoje 20 bilhões de dólares. A exportação de plataformas é mais uma tapeação, visto que esses equipamentos continuam em nossos mares. A estatal brasileira, há décadas lucrativa, já conta com um prejuízo estimado de 7,30 bilhões de reais em relação à Receita Federal e uma queda de 36% no lucro, enfrentando um de seus piores momentos. A dívida total supera largamente este valor. Uma das empresas com maior potencial operativo do país e com um dos valores mais altos de mercado, com esse enorme rombo, corre o risco de ruir. Só não entra em falência porque, no Brasil, os bens públicos são impenhoráveis. Conseguiu-se transformar o petróleo da estatal — que é o orgulho dos brasileiros — em retrocesso, dívida e prejuízo e não em dinheiro, investimentos reais e retornos significativos para a população, exceto o preço absurdo que pagamos pelo combustível. Essa tapeação não tem prazo para terminar e configura crime de lesa-pátria.

E viva a Copa do Mundo, a FIFA e os valores superfaturados dos estádios!











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