… teço uma "colcha de
retalhos" com as citações de textos escritos por articulistas de outros
jornais.
O professor da
ECA-USP e da ESPM Eugenio Bucci entende que “o Brasil vive um momento
impressionante de balanço histórico e de reflexão sobre os princípios e os
meios da política. A cultura política ainda não assimilou que subtrair dinheiro
público – sob a alegação de usá-lo em “benefício da boa causa” – constitui um
crime torpe e inaceitável. Estão aí, em todos os partidos, os escândalos
financeiros comprometendo gente que se
julga predestinada ao panteão dos heróis da Pátria.”(O Estado de S.Paulo, 3/4, A2)
Já o editorial “O mérito como critério” (Zero Hora, 3/4) atesta: “Os últimos
ocupantes do Palácio do Planalto, incluindo a presidente Dilma Rousseff,
comprometeram-se desde o início de sua gestão em reduzir o número de servidores
indicados por critérios políticos. O total de cargos de confiança, porém, só
tem crescido a cada ano, tanto no âmbito da União quanto no dos Estados e da
maioria dos municípios. Os efeitos sobre
estatais mais disputadas politicamente, como é o caso da Petrobras, são
desastrosos. O país precisa encarar de imediato uma reforma da gestão pública,
na qual os servidores sejam admitidos com base em normas impessoais e
valorizados por merecimento.”
E o consultor tributário Everardo Maciel afirmou (O Estado de S.Paulo, 3/4, B2): “A mídia
oferece, dia após dia, abundantes exemplos de má gestão, incúria contumaz,
desqualificação técnica nas decisões políticas atuais. É notório o fracasso das
políticas públicas de segurança pública, educação, saúde, mobilidade urbana,
etc. A devastação realizada na Petrobras e na Eletrobras produziu uma
catástrofe, com expressiva perda de valor de mercado, endividamento elevado e
recorrentes prejuízos. Os ministérios passam a ser um múltiplo do número de
partidos que integram a denominada "base aliada". As
"indicações", contudo, não se limitam aos ministérios. Alcançam, além
disso, as diretorias das autarquias, fundações, agências reguladoras e
estatais, o que gera um caldo de cultura próprio para o florescimento de todas
as modalidades de corrupção. Esse Estado inchado e ineficiente, que flerta com
o abismo, decorre, principalmente, da voracidade intervencionista combinada com
uma visão centrada na perpetuação do poder. Sua reconstrução é tarefa para
estadistas.”
O jornalista Rolf Kuntz (O Estado de S.Paulo, 5/4, A2) reconhece que “no caso da Petrobras, ainda falta uma boa
estimativa dos danos acumulados na gestão petista. Uma boa CPI poderia ajudar
no esclarecimento das perdas e de como ocorreram, mas o governo tem feito um
enorme esforço para impedir a elucidação de uma das histórias mais escandalosas
da política brasileira. Incompetência é apenas parte da explicação do desastre
das estatais, do estrago nas contas públicas, e da persistência da inflação. A
gestão de baixa qualidade reflete igualmente a forma como o PT ocupou, loteou e
usou a máquina governamental, em seus vários níveis.”
“No dia a dia só vemos fracassos, obras que não terminam,
maquiagem de números, roubalheiras infinitas e danosas, e o adiamento de tudo
por causa das eleições. Tudo vai explodir em 2015, o ano da verdade feia de
ver. O mal que essa gente faz ao País talvez demore muitos anos pra se
reverter”, se lamenta Arnaldo Jabor (O Estado
de S.Paulo, 8/4, C8)
E o que fazer? Talvez, como sugerido pela charge de
Amarildo, tirar a venda dos (dois) olhos e usar o instrumento mais eficaz e ao
alcance de todos os cidadãos: votar com a vontade expressa de mudar “tudo isso
que está aí”, seguindo o conselho do versículo bíblico (Mateus, 10:26): “Não
tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não venha a ser
revelado, e nada há de escondido que não venha a ser conhecido”.
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