“Os manuscritos de Ernesto Nazareth agora são patrimônio
cultural da humanidade, integrando a categoria “Memória do Mundo”, da Unesco, à
qual pertencem documentos raros e de grande importância, como a Bíblia, de
Gutenberg; a Nona Sinfonia, de Beethoven; as partituras de Brahms; e os textos
filosóficos de Rousseau, além de outros manuscritos, negativos de filmes e
registros discográficos históricos, totalizando 300 itens essenciais da
produção cultural do mundo.” (Gabriel de Sá, Correio Brasiliense, 19/3/2014)
Ernesto Nazareth (1863-1934) nasceu no morro do Nheco
(região da Cidade Nova), no Rio de Janeiro.
Aos três anos, aprendeu a tocar piano com a mãe, tornando-se exímio pianista e compositor reconhecido mundialmente.
Sua obra compreende mais de 200 peças, entre valsas,
polcas, maxixes e tangos. Tinha apenas 14 anos quando fez sua primeira música,
“Você bem sabe”, polca-lundu dedicada ao pai. Em 1880, deu seu primeiro
recital e publicou a polca “Gracietta”. Em 1894, seu tango “Brejeiro”
foi reeditado e gravado pela Banda da Guarda Republicana de Paris, garantindo
sucesso internacional ao compositor.
O desenvolvimento de sua carreira, a partir de então,
deu-lhe a oportunidade de fazer inúmeros concertos e audições, além de
possibilitar que muitas de suas peças fossem editadas: “Paulicéa como és
formosa”, “Gaúcho”, “Magnífico” e tantas e tantas outras.
Na primeira década do século XX, ele ganhava a vida acompanhando ao piano os filmes mudos exibidos no cine Odeon ─ cujo nome (“Odeon”) batizou,
em 1909, um de seus mais famosos tangos brasileiros (uma fusão de gêneros
estrangeiros da música dançante daquela época: a habanera cubana, a polca e o
maxixe, que tinha características de ritmos africanos).
O tango brasileiro, entretanto, era mais propício para
ser ouvido do que para dançar...
A biografia do compositor pianista diz que ele morreu
afogado na represa próxima à Colônia Juliano Moreira, para tratamento de doentes
mentais.
Os manuscritos das composições de Ernesto Nazareth estão
disponíveis em alta resolução no site da Biblioteca Nacional Digital (bndigital.bn.br).
É motivo de grande orgulho para os brasileiros que a obra
de um dos seus músicos nacionais faça parte do patrimônio artístico-cultural da
humanidade, figurando ao lado de gênios musicais como Beethoven e Brahms!
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