A
dona da Copa do Mundo, a Fifa, que, a propósito, é dona de tudo, não quer saber
apenas de organizar a Copa no Brasil. A entidade que comanda o futebol mundial
aproveitou a Lei da Copa, criada pelo Brasil a toque de caixa, para registrar
quase 200 nomes e figuras para explorar ao longo do ano, entre os quais o pagode
e Natal 2014, segundo informação da colunista Flávia Oliveira, do jornal O
Globo.
Com
a aprovação do governo federal, a entidade garante que ninguém além de si mesmo
e dos patrocinadores poderão utilizar as expressões e imagens com fins
comerciais. Por isso, nem pense em utilizar Mundial 2014, Brasil 2014 e muitos
outros termos. Para se defender, a Fifa afirma que os pedidos ao Instituto
Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) são uma maneira de garantir os seus
direitos e todas as outras marcas que dão apoio ao torneio.
As
chaves das arenas recém-construídas já foram entregues à Fifa, inclusive a da
arena Itaquerão, do Corinthians, que abrirá o Mundial. A orgulhosa e prepotente
FIFA recebeu esses estádios em fase de acabamento. Só para dar um exemplo, na estreia
da arena corintiana, uma passeada rápida pelo estádio mostrou que ele ainda
está inacabado e, mesmo os setores que já estão concluídos, dão indícios de que
foram terminados às pressas. Cobertura inacabada e materiais de construção
espalhados pelo estádio oferecem riscos visíveis. O prédio oeste, no qual fica
a área vip, é o que mais dá sinais de inacabado. O setor da imprensa, logo
acima, que receberá jornalistas do mundo inteiro na Copa, ainda está sem todas
as cadeiras, com as cabines em construção e muitos materiais largados por todos
os cantos. Não é difícil encontrar barras de ferro no caminho para as áreas
reservadas à imprensa. Os fios estão soltos por todos os lados e podem gerar
uma tragédia quando o setor estiver cheio. Pelas escadas, eles ficam à mostra
sem qualquer tipo de encapamento ou proteção. Estruturas de alguns dos
camarotes ainda estão longe de estarem acabadas. Barras de ferro que sustentam
essas partes ainda podem ser vistos entre os setores oeste e sul do estádio. As
arquibancadas móveis também não estão com cara de prontas. Ainda sem serem
testadas, faltam algumas cadeiras e sobra exposição de metais quando as pessoas
passam por baixo delas. Nem todas as passagens estão prontas também. Rampas e
outros acessos foram protegidos com plásticos pretos para evitar que as pessoas
pisassem nos cabos expostos. Muitas caixas e pedaços de madeiras encontram-se
espalhados pelo estádio.
Quer
parecer que a internet não estará instalada a tempo. Se não para os torcedores,
a falta de acabamento, as falhas constatadas e a ausência da internet, por
certo, prejudicará a cobertura dos veículos de comunicação de todo o mundo e
poderão comprometer o primeiro jogo da seleção brasileira caso não sejam
arrumadas a tempo.
O
Beira-Rio, de Porto Alegre, e a Arena Pantanal, de Cuiabá, também não têm suas
obras 100% concluídas. O que dizer então do lado exterior desses estádios, dos seus
entornos, das obras que dariam acesso a esses edifícios megalomaníacos, do
investimento de cerca de R$ 8 bilhões feito pelo governo federal em 42 obras de
mobilidade nas cidades-sede, dentre as mais de 160 previstas? Que vergonha para
o país que quis sediar a “Copa das Copas”!...
A
propósito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse numa recente palestra
para blogueiros em São Paulo, ser "babaquice" a ideia de oferecer
condições para que os torcedores cheguem de metrô aos estádios que vão sediar
os jogos da Copa do Mundo. Ele afirmou que os brasileiros vão até descalços ver
as partidas. Eis a pérola de sua excelência: "Nós nunca reclamamos de ir a
pé (ao estádio). Vai a pé, descalço, de bicicleta, de jumento, vai de qualquer
coisa. A gente está preocupado? Ah, não, porque agora tem de ter metrô até
dentro do estádio. Que babaquice é essa?”.
E quanto ao dinheiro gasto e ao dinheiro que ficará com a Fifa? Para Lula, no entanto, a questão financeira não é a mais importante. O ex-presidente disse que nem sequer pensou em dinheiro quando trabalhou para que o Brasil sediasse o evento da Fifa. "Quando eu pensei isso (trazer a Copa), não pensei em dinheiro, se vão entrar 30 bilhões, 40 bilhões. Eu não pensei nisso", admitiu.
Tenho
certeza que sim, isto é, que não pensou mesmo. Pensar pra quê?
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