O
governo da presidente Dilma Rousseff sofreu uma queda de popularidade em abril,
segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), realizada em
parceria com o Instituto MDA e divulgada no final do mês passado. Nesse levantamento,
a avaliação positiva do governo, que era de 36,4% em fevereiro caiu para 32,9%.
A avaliação negativa, por sua vez, subiu de 24,8% em fevereiro para 30,6% no
período de realização da pesquisa.
O
levantamento também mediu a aprovação pessoal de Dilma, que oscilou
negativamente. Em fevereiro, 55% aprovavam o desempenho pessoal da presidente,
número que passou para 47,9% dos entrevistados nesta edição. A desaprovação,
por sua vez, subiu de 41% em fevereiro para 46,1% em abril.
A
queda nas intenções de voto da presidente Dilma para as eleições deste ano,
segundo oposicionistas e mesmo governistas, se deve às denúncias de
irregularidades na Petrobras. Os oposicionistas vão além. Atribuem ainda essa
queda a uma conjuntura negativa de inflação alta, descontrole econômico,
crescimento pífio, serviços públicos de péssima qualidade e à ação para barrar
a investigação da Petrobras, sobretudo a participação da presidente na compra
da refinaria Pasadena (EUA). “É o conjunto da obra de uma presidente que foi
apresentada como grande gestora e revelou-se uma administradora incompetente.
Foi uma fraude que aconteceu em 2010", disse o líder do PSDB, Antonio
Imbassahy (BA). O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) também reconheceu
o impacto das denúncias sobre a Petrobras na queda da presidente na pesquisa.
"Nenhum governo passa incólume a um bombardeio desse tamanho”, afirmou.
Quanto
aos adversários mais significativos da presidente Dilma, a pesquisa registrou
que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), tem 21,6% das
intenções de voto, frente a 17% no início deste ano. O ex-governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), soma 11,8%, variação positiva de pouco menos
de dois pontos porcentuais em relação a fevereiro, portanto, dentro da margem de
erro do levantamento. Brancos e nulos chegam em 20% e o porcentual dos que não
sabem ou não responderam atingiu a 9,6%.
Esses
resultados mostraram o crescimento de Aécio e de Campos, que passam a
capitalizar votos que a presidente vem perdendo. Com a perda de seis pontos
porcentuais nas intenções de voto para presidente entre fevereiro e abril e o
crescimento dos pré-candidatos de oposição, vislumbra-se a possibilidade da
realização de um segundo turno nas eleições presidenciais deste ano. Muito
embora, segundo a pesquisa, Dilma venceria Aécio e Campos em um eventual
segundo turno, caso as eleições fossem hoje, a situação muda para o segundo
turno. Essa a razão do movimento "Volta, Lula", cujo objetivo era
substituir a candidatura de Dilma pela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Esse movimento ganha força na base aliada do governo, o que não preocupa
a presidente Dilma, visto que ela acredita na lealdade do ex-presidente. Diz
que convive com Lula desde 2000 e está com ele todos os dias desde 27 de abril
de 2005 quando assumiu a Casa Civil e tem total confiança no líder petista.
Dilma avaliou também que a Copa do Mundo não deve ter efeito na sua reeleição e
as recentes pesquisas de intenção de voto são importantes, mas não decidem a
eleição.
Todavia,
parece que essa situação, pelo menos no momento, se encontra superada, posto
que no 14º Encontro Nacional do PT, ocorrido em São Paulo, na última sexta-feira,
dia 2, a presidente Dilma foi indicada como pré-candidata à reeleição pelo
partido. Mas a oficialização da candidatura se dará somente em junho, na
convenção nacional do PT.
No
evento, petistas buscaram esvaziar o chamado movimento "Volta Lula",
tanto assim que Dilma e Lula entraram juntos no auditório do centro de
convenções Anhembi onde se realizava o encontro, sendo recepcionados pela
plateia de cerca de 800 delegados do PT sob aplausos e aos gritos de "um,
dois, três, Dilma outra vez".
Para
a presidente Dilma e, em decorrência, para o PT, “alea jacta est”, ou seja, a sorte está lançada, caso a convenção
nacional do partido não altere o andar da carruagem sufragando o nome de Lula.
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