“A presidente Dilma, no discurso que fez para o 1º de
maio, usou o espaço concedido a quem exerce o cargo para fazer campanha
política. Dos defeitos do discurso, o mais constrangedor para o próprio governo
é a repetição da estratégia usada pelos militares, de confundir crítica à sua
administração com desamor ao Brasil.” (Miriam Leitão, O Globo, 2/5)
E a jornalista continua: “A presidente disse que, se não
tivesse baixado o preço da energia, ele teria subido mais. É o oposto: porque
ela reduziu as tarifas, quando o custo estava subindo, as empresas estão
quebradas e sendo socorridas pelo Tesouro. Em vez de investir contra quem pede
apuração da corrupção na Petrobras, é preciso lembrar que a empresa não
pertence ao PT. A história e a importância da petrolífera não estão em
discussão. Esse deliberado contorcionismo dos fatos é que agrava o uso do
horário disposto para a Presidência da República como se fosse um palanque.”
Em vista da queda dos índices de intenção de voto na
presidente e para conter o movimento “volta, Lula”, há muitas reuniões entre a criatura/“poste”
e o ex/criador para definir em que medida ele pode ajudar na re-eleição dela,
como mostram as sugestivas fotos de Dida Sampaio (Estadão).
Como já tinha comentado a própria jornalista Miriam Leitão
(O Globo, 27/4), “o ano de 2015
será difícil qualquer que seja o governo. O pior erro do próximo governante
será adiar os ajustes que terão que ser feitos. Há uma pilha de contas
espetadas para o ano que vem. Na energia, o consumidor começará a pagar pelas
extravagâncias dos dois últimos anos; as contas públicas terão que ser
reequilibradas; a inflação reprimida terá que ser corrigida. As assessorias de
todos os candidatos sabem disso, mas a da presidente Dilma continuará negando a
necessidade das correções porque será o mesmo que concordar com as críticas da
oposição. Tentará esconder e dourar a pílula.”
Por tudo isso, talvez o ex que nunca deixou de ser atuante
não queira apagar esse fogaréu ou assumir o risco de perder a popularidade
adquirida anteriormente.
É esperar para ver o que acontecerá depois das próximas
trapalhadas discursivas...
Nenhum comentário:
Postar um comentário