sábado, 3 de maio de 2014

O ex que nunca deixou de ser atuante



A presidente Dilma, no discurso que fez para o 1º de maio, usou o espaço concedido a quem exerce o cargo para fazer campanha política. Dos defeitos do discurso, o mais constrangedor para o próprio governo é a repetição da estratégia usada pelos militares, de confundir crítica à sua administração com desamor ao Brasil.” (Miriam Leitão, O Globo, 2/5)


  
E a jornalista continua: “A presidente disse que, se não tivesse baixado o preço da energia, ele teria subido mais. É o oposto: porque ela reduziu as tarifas, quando o custo estava subindo, as empresas estão quebradas e sendo socorridas pelo Tesouro. Em vez de investir contra quem pede apuração da corrupção na Petrobras, é preciso lembrar que a empresa não pertence ao PT. A história e a importância da petrolífera não estão em discussão. Esse deliberado contorcionismo dos fatos é que agrava o uso do horário disposto para a Presidência da República como se fosse um palanque.”

                        

Em vista da queda dos índices de intenção de voto na presidente e para conter o movimento “volta, Lula”, há muitas reuniões entre a criatura/“poste” e o ex/criador para definir em que medida ele pode ajudar na re-eleição dela, como mostram as sugestivas fotos de Dida Sampaio (Estadão).
Como já tinha comentado a própria jornalista Miriam Leitão (O Globo, 27/4), “o ano de 2015 será difícil qualquer que seja o governo. O pior erro do próximo governante será adiar os ajustes que terão que ser feitos. Há uma pilha de contas espetadas para o ano que vem. Na energia, o consumidor começará a pagar pelas extravagâncias dos dois últimos anos; as contas públicas terão que ser reequilibradas; a inflação reprimida terá que ser corrigida. As assessorias de todos os candidatos sabem disso, mas a da presidente Dilma continuará negando a necessidade das correções porque será o mesmo que concordar com as críticas da oposição. Tentará esconder e dourar a pílula.”
Por tudo isso, talvez o ex que nunca deixou de ser atuante não queira apagar esse fogaréu ou assumir o risco de perder a popularidade adquirida anteriormente.


É esperar para ver o que acontecerá depois das próximas trapalhadas discursivas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário