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uantas lutas entre essas forças antagônicas! Uma
defendendo a felicidade do homem e a outra tentando, desviá-lo de sua senda, de
viver como filho de Deus.
Com o entendimento primário em relação aos aspectos
do bem e do mal, a impressão que o ser mantinha como verdadeira, é que ambos os
sentimentos encontravam-se fora de sua realidade íntima.
Tanto é que criamos figuras tenebrosas para
representar o mal. Algumas meio homem, meio animal que tentavam seduzir as
pobres criaturas e faziam-nas de joguete quando estas caíam em suas garras.
Apesar da inconsciência de suas potencialidades, de
forma intuitiva, o ser não podia admitir que estivesse dentro de si algo que
pudesse ser contrário àquilo que é da sua própria natureza. Somos filhos de
Deus, herdamos do Criador sua genética, se assim podemos nos expressar por
falta de analogia melhor. Logo, é inadmissível que as atitudes contrárias a sua
essência, pudessem provir dela mesma.
O ser que é bom, não pode equivocar-se e praticar o
mal. Foi por conta dessa postura que resolvemos terceirizar responsabilidades
que são nossas.
O Demônio, Lúcifer, Satanás e tantas outras
definições, ainda utilizadas por uma boa parcela da humanidade, continuam sendo
o terceiro responsável, que busca incansavelmente tirar as criaturas do bom
caminho, para se realizarem com a infelicidade delas.
Chegou-se mesmo ao absurdo de admitir que o Criador,
disputava com a criatura, porque só poderia ter sido criada por ele próprio o
infeliz desgarrado de seu rebanho, um verdadeiro anjo decaído, os pobres
mortais. Deus sendo único luta contra o demônio que passou a ter status de
divindade e poder semelhante.
Quando mais evoluídos e conscientes em relação aos
enganos desta natureza, entendemos que essas figuras folclóricas serviram para uma
época, ou ainda servem para parte da população do planeta, a insistência em
terceirizar o mal ainda é hábito de muitos. São famosas as justificativas, tais
como: sou assim por culpa do meio em que vivo; costumo agir desta forma, porque
todo mundo age assim; cansei de ser bom; vivo dessa maneira por
responsabilidade dos outros.
É o velho desculpismo e a fuga da responsabilidade
que aos poucos foi criando insensatos, os cegos que não querem ver, conforme
ensinamento de Jesus.
A realidade estampada para aqueles que estão
interessados em distingui-la, é que a ignorância ao direito do outro, produz o
mal dentro de nós mesmos e se espalha no coletivo. O egoísmo é a mola
propulsora que faz e mantém aberta a ferida, onde os interesses da criatura,
não permitem a sua cicatrização.
Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido
Xavier, ensina com sabedoria a respeito do bem e do mal, simplificando para o
nosso entendimento e desmontando as estruturas viciosas da transferência para o
outro. Diz ele: “o bem é quando é bom para mim e para os outros e o mal, quando
é bom só para mim.”
É obvio o ensino do iluminado mentor. Fica patente
que o cultivo do egoísmo, em detrimento do direito e felicidade de nossos
semelhantes, mesmo que trazendo ilusoriamente nossa felicidade é a
representação do mal.
Por isso, a enfermidade nos acompanha há tanto
tempo. Somos enfermos de nós mesmos porque nos viciamos em nós, e não
transpusemos as barreiras para o relacionamento fraterno com o outro. Vivendo
com justificativas para o comportamento ególatra, permitimos que as diferenças
se acentuassem, em torno da etnia, credo, cor, posição social, entre outras.
É urgente que trabalhemos nossos pontos de vista, em
relação não somente ao outro, mas principalmente a nosso respeito, dentro da
lição clara de Jesus de que deveríamos fazer para o outro aquilo que
gostaríamos dele receber.
Dessa forma, as mudanças para melhor que aguardamos
em nossa presente morada, deixa de ser responsabilidade alheia e passa a ser
assumida por nós, na exata conscientização de nossos compromissos conosco e com
o semelhante.
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