sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Quem pariu Mateus que o embale...


 Como a vida muda. Como a vida é muda. Como a vida é nula. Como a vida é nada. Como a vida é tudo. Como a vida é isto misturado àquilo. 
Como a vida ri a cada manhã de seu próprio absurdo.
Como a vida joga de paz e de guerra povoando a terra de leis e fantasmas.







Os trechos escolhidos do poema “Parolagem da vida”, de Carlos Drummond de Andrade, expressam bem as sensações e os sentimentos controversos que nos assaltam desde domingo.
Para evidenciar como a “vida é isto misturado àquilo, jogando de paz e guerra”, cito as palavras de Carlos Alexandre no Correio Braziliense de 28/10: “Merece estudo e reflexão a contradição de um país que foi às ruas exigir mudança e, no ano seguinte, decide votar pelo continuísmo. Dessa eleição marcante em vários aspectos, talvez a novidade digna de registro venha da oposição. O desempenho de Aécio Neves pode inaugurar um período de relevante contestação à prática governista, tão necessária à democracia quanto ao PT”.
Como “a vida ri a cada manhã de seu próprio absurdo” e nos faz chorar em muitos momentos, lembro, no entanto, que o resultado dessas eleições parece mostrar uma grande vitória de Pirro, como escreveu  Rodrigo Constantino em O GLOBO (28/10).
“A expressão "vitória de Pirro" é usada para expressar uma conquista cujo esforço tenha sido penoso demais. Uma vitória com ares de derrota. Eis a sensação dessa vitória apertada da presidente na reeleição. O Brasil está claramente dividido. A máquina estatal foi colocada a serviço do projeto de poder do partido. Houve denúncias de crime eleitoral, claro terrorismo com os dependentes dos programas assistencialistas, ameaça aos funcionários públicos. As baixarias usadas pela campanha da presidente, antes contra Marina e depois contra Aécio Neves, entrarão para a história como as mais sórdidas da nossa democracia. Bem que ela tinha avisado que faria “o diabo” para vencer. Fez mesmo. E metade do país — a metade mais esclarecida e honesta — ficou estarrecida com o que viu. Nunca antes na história deste país se apelou tanto. O Brasil foi segregado. O “nós contra eles” virou o mantra daqueles que tentam monopolizar o discurso em defesa dos pobres, mas atendem, na verdade, aos interesses de uma elite corrupta e carcomida. As urnas deram um resultado legal, apesar de denúncias de fraude que deveriam ser averiguadas. Mas qual a legitimidade de uma vitória tão apertada conquistada somente com base nas táticas mais pérfidas e imorais que existem? A luta apenas começou. E a vitória deles foi com gosto de derrota, pois sabem que vem chumbo grosso por aí. Quem pariu Mateus que o embale...”



A charge da bandeira brasileira publicada na revista The Economist da semana passada ilustra bem o clima de terrorismo (a vigilância sobre todos os cadastrados nos programas assistenciais do governo, como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida) aplicado pelo partido no poder.
Pelos próximos quatro anos, será agora “nós contra nós”.
Mas quem pariu Mateus, que o embale!    





























Edição n.º 959 - Página 01 

Imprensa e Reforma




Há exatamente 497 anos, em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero, monge agostiniano que pregava na catedral de Wittenberg, na Alemanha, afixou na porta desta igreja, um documento com 95 teses. Ele se insurgiu contra a questão da venda de indulgências, e criticava esta atitude da Igreja Católica daquela época.
Inicialmente, Lutero apenas pretendia ser um reformador da igreja cristã, mas o movimento acabou por se transformar em uma nova igreja.
O que ajudou a ter seus escritos e suas teses difundidas, divulgadas e assimiladas com enorme rapidez, por um grande número de pessoas foi a recém inventada imprensa de Gutenberg.
“A invenção da imprensa possibilitava, não só a rápida difusão de ideias e valores, mas também uma ruptura histórica fundamental, a partir da mudança na estrutura política, cultural, religiosa e econômica. O texto impresso passaria a ter papel fundamental nos processos de fixação de memória e nos mecanismos formadores de opinião.
Pela primeira vez na humanidade, era possível que um grande número de leitores tomasse conhecimento, em um período de tempo relativamente curto, de um mesmo texto escrito, sem alteração e sem os erros dos copistas”. (Lauri Emílio Wirth).
A imprensa, com a difusão do texto escrito,permitiu que o conhecimento ficasse acessível para um grande número de indivíduos, não permanecendo limitado ao interior dos mosteiros, mas abrindo espaço a muitas vozes, pensamentos, discursos e diferentes interpretações (antes impossíveis de serem  feitas) de “princípios e verdades” concretizados.
Através do poder da imprensa, Lutero conseguiu transformar uma mentalidade estabelecida há séculos.
A palavra tem poder! E a palavra escrita, na imprensa, significa compromisso, envolve muitas responsabilidades e requer um comprometimento máximo de quem a exerce para com quem a consome.
É preciso sempre estar atento!
A imprensa abre espaço e propõe reflexão.


Tom Santos
Editor











 Edição n.º 959 - Pàgina 02

ANCORAR NO AGORA!



“Quando criança, eu observava meu pai aos domingos, após a missa, a folhear o jornal”. Seu ar solene e cara sisuda me impressionavam. Depois, ele comentava com minha mãe como estava o mundo: “Não tem jeito, o fim está próximo”. Meio século depois, ao ver os noticiários, não posso deixar de pensar que se naquela época parecia ao meu pai que não havia mais jeito para o mundo. O que ele diria agora?
“Nesse contexto de turbulência e insegurança em que vivemos hoje, buscamos avidamente pelo bem mais precioso: a paz. Onde encontraremos serenidade para pensar na vida e seguir em frente com otimismo? Onde está o manancial de pensamento positivo e fé abundante? Enfim, onde podemos estar seguros? Essa fonte inesgotável de serenidade, paz, alegria e amor estão mais perto de nós que nós mesmos. Não se encontra nas luzes e distrações do mundo, mas no mais íntimo de nosso ser, está no momento, no instante atual, no eterno agora. Por isso, é de fundamental importância que cada um aprenda a se ancorar no agora. Viver o presente é uma arte que pode ser aprendida.”
“Nosso agora deve ser forte e assimilado e, não pode permitir espaço para preocupações com erros do passado ou castigos que nos aguardam no futuro. O presente é a única coisa em nossas mãos! Mas esse precioso agora pode facilmente escorrer pelos dedos. Agarre-o, não permita que nada nem ninguém roubem seu presente, porque é nele que está a vida, tudo o que você é e tudo que pode realizar.”
Quem faz esse relato é Omar Souki, escritor, autor de vários livros e palestrante.
Quantas reflexões nós podemos acalentar! Mas, também quantas decisões e atitudes nós podemos tomar!
O agora precioso da nossa vida deve acontecer de maneira a nos tornar realizados e serenos. Ele se constitui de coisas simples do cotidiano. Cabe a nós torna-lo rico e pleno de resultados positivos.
O agora depende de como o encaramos, de como o entendemos, de como o valorizamos. O agora é feito de vida que rapidamente se torna passado, portanto é necessário que tenhamos a força e a coragem de vivê-lo na sua intensidade.
E Deus, nosso Pai, Criador do tempo e da vida, nos ilumina e inspira na vivência do agora. Esse dom é pessoal e intransferível. Ninguém vai vivê-lo por nós, assim como ninguém vai ‘prestar contas dele’ por nós. É indispensável termos a disciplina de parar para ver, ouvir e sentir o agora.
O momento presente é uma dádiva. E constantemente precisamos agradecer por podermos vivê-lo.























Edição n.º 959 - Página 03

CAMPANHA DE NATAL

Fundo Social inicia cadastramento das 
famílias na próxima segunda-feira

O Fundo Social de Solidariedade de Valinhos iniciará na próxima segunda-feira (3) o cadastramento das famílias em situação de vulnerabilidade social interessadas em receber cesta de Natal e brinquedos dentro da Campanha de Natal “A cada novo brinquedo que doar, um novo sorriso vai brilhar”.
O cadastramento será destinado a famílias com renda de até dois salários mínimos, somando todos os que trabalham na casa, e ocorrerá até a próxima sexta-feira (7), das 9 às 16 horas, em cinco Escolas Municipais de Educação Básica, além da sede do Fundo Social.
A programação nas escolas será: dia 3 (segunda-feira) – EMEB ‘Dª Carolina de Oliveira Sigrist, no Capivari; dia 4 (terça-feira) – EMEB ‘Professora Edina Aparecida da Fonseca, no Reforma Agrária; dia 5 (quarta-feira) – EMEB Tomoharu Kimbara, no Macuco; dia 6 (quinta-feira) – Horácio Salles Cunha, no São Bento do Recreio; dia 7 (sexta-feira) – EMEB Marli Aparecida Borelli Bazetto, no Parque Portugal.
 As famílias residentes na região mais central da cidade poderão se cadastrar na sede do Fundo Social de Solidariedade, na Rua José Milani, 15, próximo à Matriz de São Sebastião, no período 10 a 14 de novembro, das 9 às 12 horas ou das 13 às 16 horas.
Para o cadastramento, é necessário apresentar Carteira de Identidade (RG), comprovante de endereço, Certidão de Nascimento das crianças até 10 anos de idade, comprovante de renda de até dois salários mínimos. Todos os documentos devem ser originais.
Arrecadação – Para a realização da Campanha de Natal, o Fundo Social de Solidariedade espera contar com a colaboração da população. A arrecadação de brinquedos novos e em bom estado e alimentos não perecíveis será feita através de caixas coletoras colocadas em condomínios e na sede do Fundo Social.
“Esperamos contar mais uma vez com a colaboração de todos para que consigamos contribuir com um Natal mais alegre e festivo das famílias que mais precisam do nosso acolhimento”, salientou a primeira-dama e presidente do Fundo Social, Sueli Machado.
 A arrecadação dos brinquedos e alimentos será realizada até o final de novembro.
Distribuição – A entrega das cestas de Natal para as famílias cadastradas e dos brinquedos para as crianças até 10 anos de idade será realizada no dia 20 de dezembro no Ginásio Municipal ‘Vereador Pedro Ezequiel da Silva’, localizado no Parque Municipal ‘Monsenhor Bruno Nardini’.
No ano passado, foram atendidas mais de 500 famílias com uma cesta de Natal e outra de alimentos e 700 crianças até 10 anos receberam um brinquedo novo.








Edição n.º 959 - Página 04


Halloween... Será que essa moda pega?



Segundo o Site SuaPesquisa.com, esta data comemorativa surgiu, há mais de 2500 anos, entre o povo celta, que acreditavam que no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos.
Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objetos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados e abóboras enfeitadas, entre outros. Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição. 


Com o objetivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de novembro).
No Brasil a comemoração do Halloween é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da cultura americana, principalmente vinda pela televisão, nos seriados e filmes, principalmente da Disney.  Os cursos de língua inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional, pois comemoram esta data com seus alunos como  uma forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.


Para as crianças, é mais uma oportunidade de bagunça! Se fantasiam de maneira assustadora e brincam em locais apropriados. Não há aqui nada parecido com a tradição norte-americana, onde as crianças saem batendo de porta em porta arrecadando “gostosuras”pra quem não colaborar, travessuras (como jogar papel higiênico nos jardins das casas).
A resistência do brasileiro a incorporar essa comemoração baseia-se no argumento que temos um folclore belíssimo e este sim deveria ser valorizado. Nesse intuito, em 2005 foi criado pelo governo brasileiro , o DIA DO SACI, comemorado em 31 de outubro.


Ainda há também a grande resistência dos setores religiosos, que argumentam que os símbolos do Halloween, de origem pagã, não correspondem aos princípios e valores cristãos além de serem imagens negativas e contrárias à prática do bem.
Não acredito que seja uma prática nociva aos bons costumes, nem mesmo anti-cristã! As crianças se divertem de maneira saudável (a não ser pelo excesso de doces), além de ser mais uma injeção ao comércio sazonal, movimentando o mercado de fantasias e festas. E você? O que pensa sobre isso?
Não sejamos tão sisudo! Vamos apenas nos divertir....
Feliz Halloween!!!!
Feliz Dia das Bruxas!!!!
Feliz Dia do Saci!!!!

 








Edição n.º 959 - página 05

CALOR RECORDE








Edição n.º 959 - Página 06

FIDELIZAÇÃO É PARCERIA


“Não seremos limitados pela informação que temos. Seremos limitados por nossa habilidade de processar esta informação.” – Peter Drucker


Na edição nº 958 de Notícias, publicada na semana passada, trouxe os destaques do 1º dia do Brasil’s Customer Festival, realizado no Hotel Unique, em São Paulo. O tema “It’s All About the Customer”, verdadeiramente foi o fio condutor das apresentações e das mesas redondas.
Ricardo Gazeta (Multiplus) foi o mediador do 2º dia do evento, que começou com Marcelo Epstejn (UOL S/A), falando sobre o desafio de transformar dados em ações rentáveis. Tendo o conteúdo como core business (núcleo do negócio) da UOL, é através da identificação dos interesses do usuário, que se torna possível indicar o conteúdo recomendado, de forma personalizada, sempre respeitando a política de privacidade.
Mauro Segura (IBM) trouxe dados do Estudo Global de Executivos 2013, feito pela IBM, mostrando como os líderes das empresas se preparam para o desafio do cliente individual e digital. Afinal, não é mais o digital que complementa o físico – e esta inversão muda formas de decisão e prioridades. A análise preditiva ganha corpo e, a despeito de tantas mudanças, “é o varejo que tangibiliza tudo isso.”
Graciela Tanaka (Netshoes) apresentou como o maior e-commerce especializado do mundo oferece a melhor experiência aos seus clientes: conhecendo muito bem cada produto e cada cliente, através de ferramentas tecnológicas que sinalizam gostos, características e preferências. Desta forma é possível disponibilizar outras ferramentas que minimizam o receio de efetuar a compra ‘sem ter o produto em mãos’. Como bem lembrou, o atrativo do serviço e do varejo vai muito além do preço.
Alexandre Moshe (Multiplus) mostrou como os programas de fidelização podem influenciar o comportamento de consumo. Ao trabalhar com o modelo de Coalizão, há um intercâmbio de benefícios entre programas de diferentes empresas. Além de diminuir o custo das ações, o consumidor acumula vantagens e resgata recompensas muito mais rapidamente. Como a experiência de acúmulo/resgate de pontos ainda não é vista como positiva pelo consumidor, quanto mais rápido e fácil o processo, melhor.
Sebastian Perez (Comarch) mostrou como a “internet das coisas”” aumenta o engajamento com o consumidor, em um cenário digital. Gideon Gartner define que “Internet das coisas é a rede de objetos físicos que contêm tecnologia incorporada para se comunicar e sentir ou interagir com os seus estados internos ou no ambiente externo.”
Isaac C. da Cruz (Petrobrás Distribuidora S/A) reforçou, em sua apresentação, a importância e relevância da simplicidade e do respeito às diferenças regionais – Cultura, Esportes, Eventos, Compras – motivos pelos quais o que dá certo para um, não dá certo para outro. Dados e pesquisas possibilitam ‘ouvir’ e respeitar o consumidor.
“O Market Place, que já representa 20% das vendas no Brasil, está para o mundo on line assim como o shopping center está para o mundo off line.” – explicou Leandro Soares (MercadoLivre). A possibilidade de vendas com baixo investimento, com forma de pagamento eficaz, numa plataforma com cerca de 20 milhões de produtos ativos, traz segurança e muitas vantagens para todas as partes envolvidas nos negócios gerados no Mercado Livre.
Hélio Muniz (McDonald’s Brasil) mostrou, através do case “Favoritos da Copa”, como foi possível engajar 20 milhões de pessoas em 4 horas.
Participar de mais este evento foi um privilégio. Procurei, nestas duas matérias, transmitir aos leitores do Notícias um breve resumo de tão ricas apresentações. Concluo que há muito a ser aprendido e desenvolvido. Há muito a ser feito. E que as ações podem ser ousadas e grandiosas. Ou podem ser simples e modestas. Importa é que sejam ações pautadas na ética, no respeito à individualidade, no crescimento sustentável e na qualidade da prestação de serviços e desenvolvimento de produtos, em todos os setores da cadeia produtiva. E que sejam sempre experiências únicas e enriquecedoras, para todos.

























Edição n.º 959 - página 07


Sobre as eleições



As eleições acabaram. As urnas falaram. Fizemos o jogo da democracia, cumprindo uma etapa democrática. Não há duvida de que o fato de podermos estar votando significa uma vitória da democracia, se considerarmos que o Brasil, no século passado, viveu duas ditaduras que suprimiram do povo esse direito. Mas as urnas também deixaram um recado preocupante: o elevado número de votos brancos e nulos e as abstenções.
Quanto à campanha política eleitoral em si, já me manifestei por várias vezes, nesta coluna. Mas não posso deixar de lembrar que foi lamentável o tipo de campanha conduzida por João Santana, o marqueteiro e artífice do plano de campanha do PT. Santana usou todo o seu conhecimento — que não é pouco, diga-se de passagem — para desconstruir, no primeiro turno, a personalidade de Marina Silva, com deslavadas mentiras e imputando-lhe fatos inverídicos e antiéticos; no segundo turno usou o mesmo estratagema para atacar Aécio Neves que, ao contrário de Marina, respondeu às provocações. Esse tipo de campanha não educa o eleitor e não lhe permite decidir em quem votar, pois influencia — embarga mesmo — os seus dotes intelectuais e eletivos.
A par disso, os grandes problemas do país não foram discutidos, debatidos, enfrentados. Não se discutiu a reforma política, a reforma tributária e econômica a fundo, questões sociais como a dos indígenas e suas terras, do aborto, do casamento homossexual. A questão do transporte público, que levou o povo às ruas o ano passado em violentos protestos, sequer foi abordada.
Acabadas as eleições não colhemos alegria. Ao contrário. Sentimos que o país ficou dividido. E esse sentimento não é salutar.
O que não podemos esquecer é que o Brasil é um país de dimensões continentais. A urbanização do Brasil é recente. O país era urbanizado tão-somente na faixa do seu litoral. Com a implantação de Brasília, iniciou-se a interiorização urbanística o que levou ao aumento do número de municípios. Mas se os municípios — que concentram as populações urbanas — cresceu, os poderes que são atribuídos a esses entes políticos não. Isso porque os municípios não têm autonomia financeira significativa, apenas pró-forma; os municípios não têm dinheiro; as obras que devem servir à população dos municípios patinam, não andam. Os poderes estão centralizados em Brasília. Na verdade, Brasília detém super concentração de poderes. Só para dar um exemplo, dos R$ 370 bilhões de reais que o Estado de São Paulo arrecada em impostos, apenas R$ 30 bilhões voltam para São Paulo, menos de 10%, portanto. 60% dos municípios brasileiros não têm esgoto e água tratada. Os municípios andam de pires na mão, como mendigos, esmolando ao Governo Federal, em Brasília, que centraliza com mãos e punhos de ferro as políticas públicas e os recursos para administrá-las. E têm que passar pelos vários ministérios, como o do planejamento, pelos bancos oficiais. E, como disse Franco Montoro, ninguém sabe onde é a União, ninguém mora no Estado, todos vivem e trabalham no Município, que é onde tudo acontece. Aí falta segurança, educação, transporte, saúde, para dizer o mínimo.
E, meus caros leitores, nada disso foi discutido na campanha eleitoral. O Brasil, como disse, é um país continental, com culturas as mais diversas. Do norte até o sul temos várias regiões culturais. E o governo central — que é imperialista — não respeita isso pelo fato de não administrar com vistas a essas questões regionais. Vejam o que está acontecendo nas redes sociais. Para os nordestinos o sul é uma região de gente de elite, rica, branca, preconceituosa. E de outro lado, os sulistas classificam os nordestinos como ignorantes, que vivem à custa do trabalho e do dinheiro produzido no sul. Isso faz nascer a intolerância, a cizânia, o que deve ser evitado para não chegarmos a extremos. Chegamos a um ponto de tensão que já se fala em separação entre o sul e o norte do país, esquecendo-se os mais afoitos que somos um só povo, que somos irmãos. Políticas públicas equivocadas não podem nos levar a um cisma, a uma guerra civil.
Vamos ter calma e esperar que a presidente reeleita cumpra com a promessa de fazer um governo novo, com ideias novas e distribua melhor os recursos públicos aos municípios e que apure, no âmbito da sua administração, os desmandos e a corrupção. Pelo bem do Brasil e dos brasileiros!













 Edição n.º 959 - Página 08



sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A “quarta dimensão” de Salvador Dalí



Rei dos selfies, Dalí, que admitia praticar um "método paranóico-crítico" de pintura, antecipou em décadas o culto à autoexaltação, em voga nos dias que correm. Dalí queria projetar seus delírios nas telas. Com base na leitura do livro de Freud sobre a interpretação dos sonhos, ele fez uma mistura híbrida e um tanto duvidosa de psicanálise e pintura.” (http://maringa.odiario.com)


Uma retrospectiva do mais popular pintor surrealista (1904-1989) traz ao Brasil quase duas centenas de obras do artista : 29 pinturas, 80 desenhos e gravuras, filmes, documentos, fotografias e até uma réplica da instalação “Mae West Room”, que se encontra no Museu Dalí de Figueres, terra natal do pintor espanhol.
A sala (room) original é composta por dois quadros do artista, uma lareira e um sofá, que representam, respectivamente, os olhos, o nariz e a boca da atriz americana Mae West (1893-1980).  
Segundo especialistas, “esse é um ambiente propício para uma imersão no universo surrealista de Dalí, nome que divide os críticos. Embora reconheçam seu lugar na história, alguns deles tomam suas citações pictóricas como apropriações sem crédito ou, no mínimo, como releituras paródicas dos mestres, no limite do kitsch. Dalí podia ser irreverente ou iconoclasta em suas entrevistas, repletas de frases de efeito, mas "levava a sério a sua arte". Há, de fato, provas dessa dedicação, especialmente nas gravuras que ilustram obras-primas da literatura mundial, desde o clássico Dom Quixote, de Cervantes, aos modernos Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont, e O Velho e o Mar, de Hemingway, passando pelo Fausto de Goethe e Alice no País da Maravilhas, de Lewis Carroll”.
        





Em São Paulo, a exposição Salvador Dalí pode ser apreciada no Instituto Tomie Ohtake.
Das obras expostas, o quadro "Máxima Velocidad de la Madona de Rafael" (1954) é uma tradução contemporânea em velocidade máxima do Madonna Colonna (52 X 38 cm), óleo sobre tela pintado por Raphael (1483–1520) entre 1507 e 1508, que mostra uma serena Maria a segurar no colo o filho pequeno, apoiado sobre o braço direito da mãe. Na mão esquerda, ela tem um livro aberto, como se a criança a tivesse feito parar de ler. Maria olha o menino Jesus com amor e doçura. Toda a composição inspira serenidade, calma e tranquilidade. A pintura pertenceu à duquesa Colonna, daí seu nome, Em 1827 foi comprada pelo estado prussiano e hoje se encontra na Gemalde Galerie, em Berlim.
“Às vezes, Dalí pintava o mesmo quadro com luz e tons diferentes para levar o espectador a uma experiência de terceira dimensão. Ele acreditava que, ao ter essa percepção tridimensional, ele e o espectador estariam preparados para uma quarta dimensão, a da imortalidade", comenta a curadora da mostra.
De maneira diferente da do valinhense Paco di Ribes, também obcecado pela quarta dimensão expressa na  pintura, o egocêntrico Dalí foi o rei dos selfies, antecipando em décadas o atual culto à autoexaltação.




















Edição n.ª 958 - Págian 02



A visão das notícias


“O novo endereço da notícia em Valinhos”

Quando a comunicação da mudança de endereço de um jornal usa este texto, é o caso de se perguntar desde quando notícias, em Valinhos ou em qualquer outro lugar do mundo, aquém ou além dessa nossa pequena paróquia, teve endereço antigo, fixo, velho, novo ou marcado?
É preciso não compreender o aspecto dinâmico, mutável, efêmero e de domínio público da notícia jornalística, para se afirmar isso (e por escrito!).
A notícia não tem endereço.
A notícia acontece!
Em todo lugar, a qualquer hora, acontece e acontece!
A notícia repercutida por órgãos de comunicação, sejam eles da imprensa escrita (jornais, revistas) ou falada (como a radiofônica ou a televisiva), estimula a capacidade de pensar, refletir, analisar, comparar, criticar, justificar, argumentar, inferir conclusões, generalizar, buscar e processar informações produzir conhecimentos, descobrir, pesquisar, etc., tanto de quem a elabora como de quem a lê... Ou assim deveria.
A notícia não se limita a informações ou conhecimentos retransmitir exatamente como obtidos em press releases, repetidos sem reflexão, avaliações ou interpretação crítica.
A primeira visão de notícias locais e regionais (em Valinhos, Vinhedo, Louveira e Itatiba) circula em NOTÍCIAS, que sejam elas de cunho político, empresaria, religioso ou social.
Em NOTÍCIAS também  se encontram notícias de natureza cultural e de lazer que acontecem em São Paulo, ao alcance de quem se interessar por programas culturais de nível internacional a apenas uma hora de distância daqui. As notícias continuam circulando, sem endereço ou tempo determinado para acontecer.
E NOTÍCIAS  tem delas, uma visão sempre original e singular, nunca a segunda ou terceira.




Desagradável foi a Folha Notícias de Itatiba, ter publicado em sua edição do último sábado, na coluna Deixa Saudades, a referência sobre a morte de Carlos Bissoto médico urulogista e pondo como ilustração a foto do ex-prefeito Bissoto que está vivendo em plena saúde. 

 
Tom Santos
Editor




 Edição n.º 958 - Página 02