Muitas
pessoas subestimam a inteligência dos outros porque se acham muito espertas.
Cada
um de nós possui seus talentos, qualidades e também algumas características não
tão positivas. A descoberta sempre constante de quem nós somos, e a descoberta
das habilidades das pessoas que nos rodeiam, facilitam a harmonia e a boa
convivência.
É
de um autor desconhecido a pequena estória que nos ajuda a refletir sobre ‘essa
esperteza’: “Certa manhã ensolarada de domingo, numa cidade do interior, eu
passeava pela pracinha daquela localidade, quando vi um matuto vendendo
laranjas. Aproximei-me e vi que eram laranjas de sabor doce e me animei a
comprar uma dúzia delas. Enquanto o homem colocava as laranjas dentro de um
saco de papel, eu, me julgando um cara esperto, falei:’Olha, não deixe de
colocar a do gato. Meu gato lá em casa fica miando toda vez que não levo
laranja para ele. Sardinha ele não gosta não, mas laranja...
O
homem, sem dizer uma palavra, colocou a outra laranja no saco e me entregou.
Animado pela atitude obediente do matuto, decidi pedir mais uma dúzia. Enquanto
ele preparava o saco de papel para colocar as laranjas, entrei novamente com
aquela: “Olha, nesta dúzia também não esqueça a do gato”. O homem continuou colocando
as laranjas, sem dizer coisa alguma. Para quebrar um pouco o gelo daquele
silêncio pesado que estava no ar, emendei: “Sabe, companheiro, esse gato que eu
tenho lá em casa está me incomodando muito. Toda vez é isso aí. Eu chego em
casa e ele fica miando, miando, miando... Sabe, o bichano não está me servindo
mais. Acho que vou acabar me desfazendo desse gato”.
Foi
quando o matuto, quebrando o silêncio, repentinamente, me retrucou: “Desfaz
dele não, seu moço! Esse gato está sendo muito útil pro senhor”.
Quantas
vezes as pessoas se vangloriam de ‘ser espertas’, ou como se diz de ‘passar a
perna em alguém’. Mas... Que grande engano! As outras pessoas podem ser mais
espertas ainda... Mesmo no silêncio!...
O
respeito mútuo, o reconhecimento dos dons e talentos recíprocos, a valorização
das atitudes e decisões tomadas pelos outros diante da própria vida, só
engrandecem e aprofundam a amizade e o entendimento entre as pessoas.
E
Deus, nosso Pai, nos ilumina no esforço para nos conhecer melhor e para aceitar
cada pessoa como é. Cada vez que descobrimos algo bom em nós ou nas pessoas,
nascemos novamente. São novas etapas que surgem e transformações que se
concretizam.
A
cada dia podemos ser pessoas melhores. Mais conscientes, mais responsáveis,
mais felizes...
A
cada dia podemos conviver com mais harmonia, com mais respeito pelos demais,
com mais alegria, com mais sensibilidade ao que nos circunda.
Edição n.º 958 - Página 03
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