O que assistimos e
vivenciamos no primeiro turno das eleições para a presidência da República não
foi só um colossal embate entre a candidata “presidenta” Dilma Rousseff (PT),
mas também uma luta gigantesca para que houvesse um segundo turno eleitoral. Essa
luta, travada entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), foi ganha pelo
mineiro Aécio, numa eloquente mostra de que a razão prevaleceu sobre a emoção. Com
uma reviravolta na última semana antes da votação, o candidato tucano Aécio
Neves conseguiu ultrapassar Marina Silva e garantir sua presença no segundo
turno da disputa à Presidência. Com 33,6% dos votos válidos contra 41,5% da
petista Dilma, o senador mineiro viu seu crescimento se consolidar nas urnas no
último domingo. Aécio afirmou que o "desejo de mudança" prevaleceu
para sua permanência na disputa. Com efeito, o discurso racional do candidato
Aécio tocou mais os brasileiros que o discurso emocional da candidata Marina,
surpreendendo até os mais conceituados analistas políticos.
Agora estamos no segundo
turno das eleições para escolher o futuro presidente do Brasil: ou Dilma será
reeleita e continua com as mesmas práticas ou Aécio será eleito e aplica as
mudanças tão desejadas. Mas com essa situação concreta, ou seja, com a ida do
neto de Tancredo Neves para o segundo turno, o Brasil já tomou um fôlego, ainda
que pequeno. O mercado reagiu de forma eufórica e já deu mostras de
revigoração, visto que o dólar caiu quase 4%, a maior queda desde 2010, o
Ibovespa subiu 6,7%, a Petrobrás avançou 10% na bolsa de valores.
Quanto aos apoios nesta
fase eleitoral, até porque o segundo turno existe para isso mesmo, o presidente
do Partido Verde, José Luiz Penna, e o candidato derrotado da legenda à
Presidência, Eduardo Jorge, já anunciaram apoio a Aécio. O pastor evangélico
Silas Malafaia, afirmando que “a alternância de poder é saudável para o
processo democrático” e que “para o bem do Brasil temos que ter alternância no
poder” e “como podemos votar em um partido onde nas maiores roubalheiras o PT é
responsável?”, apoia Aécio ao lado do Partido Social Cristão (PSC) do Pastor
Everaldo, que concorreu ao cargo de presidente no primeiro turno. O PSB
resolveu apoiar Aécio, pois como disse Beto Albuquerque, vice de Marina, seria impossível
apoiar Dilma depois de tantos ataques. “Confesso que é muito difícil pensar em
votar na Dilma depois do que sofremos”, afirmou.
Por sua vez, a Rede
Sustentabilidade – partido que Marina Silva tentou criar, mas não conseguiu
aprovação da Justiça Eleitoral – se reuniu e decidiu apoiar Aécio no segundo
turno, muito embora Marina ainda não tenha se expressado formalmente dando
apoio ao candidato tucano, pois tem feito alguns pedidos para que o plano de
governo do PSDB contemple pontos que para ela são importantíssimos. Entre eles
o comprometimento com os índios e com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra. Marina diz que não se sente perdedora, pois não deixou seus princípios
para conquistar votos. “Se não der para ganhar ganhando, eu prefiro perder ganhando.
Neste momento estou aqui não como derrotada, mas alguém que sabe que continua
de pé porque não teve que abrir mão dos
princípios para ganhar a eleição.”
Enquanto aguardamos a
manifestação de Marina, só nos resta torcer para que tenhamos, no segundo
turno, um pleito limpo e sem mutretas como as praticadas pelos Correios em
Minas Gerais — terra do candidato Aécio. Pelo bem da democracia que a ocupante
do poder e ora candidata à reeleição jurou defender!
Edição n.º 956 - página 08
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