sexta-feira, 17 de outubro de 2014

“Águas acima, Águas abaixo”




Todos têm qualidades e defeitos. E, durante a trajetória da nossa vida esse é um dos desafios a enfrentar: transformar os defeitos e iluminar as qualidades.
O autor Enrique Mariscal, nos conta uma pequena estória: “O homem que transportava água trabalhou forte dia após dia. Com dois grandes vasilhames pendurados nas pontas de uma vara, que levava nos ombros, fazia seu percurso pacientemente. Um dos vasilhames tinha rachaduras. Enquanto o outro conservava seu conteúdo até o final, da nascente até a casa do seu patrão, o vasilhame rachado, quando chegava, só tinha a metade da água.
O vasilhame completo estava muito orgulhoso das suas realizações, sentia-se perfeito para o que tinha sido criado. O vasilhame rachado, em compensação, estava envergonhado de sua imperfeição. Sentia-se mal porque só podia cumprir a metade da sua obrigação.
Depois de um tempo, o vasilhame quebrado falou com o homem: Estou envergonhado e quero me desculpar porque, devido às minhas rachaduras, só entrego a metade da minha carga e você ganha só a metade do valor que deveria receber.
O homem respondeu compassivamente: Quando voltarmos a casa vou mostrar uma coisa que você não sabe.
Ao longo do caminho viu muitas e muitas flores. Mas, ainda assim, sentiu-se triste porque ao final só restava dentro dele a metade da água que deveria levar.
O homem então lhe disse: Você percebeu que as flores só crescem do seu lado? Sempre soube que você tinha rachaduras e quis tirar algo positivo disso. Plantei sementes de flores ao longo de todo caminho por aonde vai e todos os dias você as regou e por anos consegui colher flores para decorar a casa do meu patrão. Se você não fosse exatamente como é, não teria sido possível criar esta beleza”.




Todos nós somos vasilhames com fissuras. Precisamos descobri-las no decorrer do tempo, na convivência com outras pessoas, no exercício da profissão, no lazer e no descanso... Precisamos tirar resultados positivos das nossas limitações, sem culpa, desvalorização nem lamentação.
As nossas habilidades, qualidades e aptidões precisam florescer expandir seu brilho para envolver o coração das pessoas do nosso convívio. E, os nossos defeitos? Eles vão desaparecendo ou diminuindo aos poucos, ofuscados pela luz das qualidades que também aos poucos vão se desenvolvendo e crescendo com nosso esforço pessoal.
Que Deus, na sua infinita sabedoria, nos inspire e “nos dê a mão” para que nossa vida seja sempre testemunho do bem, da solidariedade e da paz.




















 Edição n.º 957 - Página 03



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