Todos
têm qualidades e defeitos. E, durante a trajetória da nossa vida esse é um dos
desafios a enfrentar: transformar os defeitos e iluminar as qualidades.
O
autor Enrique Mariscal, nos conta uma pequena estória: “O homem que
transportava água trabalhou forte dia após dia. Com dois grandes vasilhames
pendurados nas pontas de uma vara, que levava nos ombros, fazia seu percurso
pacientemente. Um dos vasilhames tinha rachaduras. Enquanto o outro conservava
seu conteúdo até o final, da nascente até a casa do seu patrão, o vasilhame
rachado, quando chegava, só tinha a metade da água.
O
vasilhame completo estava muito orgulhoso das suas realizações, sentia-se
perfeito para o que tinha sido criado. O vasilhame rachado, em compensação,
estava envergonhado de sua imperfeição. Sentia-se mal porque só podia cumprir a
metade da sua obrigação.
Depois
de um tempo, o vasilhame quebrado falou com o homem: Estou envergonhado e quero
me desculpar porque, devido às minhas rachaduras, só entrego a metade da minha
carga e você ganha só a metade do valor que deveria receber.
O
homem respondeu compassivamente: Quando voltarmos a casa vou mostrar uma coisa
que você não sabe.
Ao
longo do caminho viu muitas e muitas flores. Mas, ainda assim, sentiu-se triste
porque ao final só restava dentro dele a metade da água que deveria levar.
O
homem então lhe disse: Você percebeu que as flores só crescem do seu lado?
Sempre soube que você tinha rachaduras e quis tirar algo positivo disso.
Plantei sementes de flores ao longo de todo caminho por aonde vai e todos os
dias você as regou e por anos consegui colher flores para decorar a casa do meu
patrão. Se você não fosse exatamente como é, não teria sido possível criar esta
beleza”.
Todos
nós somos vasilhames com fissuras. Precisamos descobri-las no decorrer do
tempo, na convivência com outras pessoas, no exercício da profissão, no lazer e
no descanso... Precisamos tirar resultados positivos das nossas limitações, sem
culpa, desvalorização nem lamentação.
As
nossas habilidades, qualidades e aptidões precisam florescer expandir seu
brilho para envolver o coração das pessoas do nosso convívio. E, os nossos
defeitos? Eles vão desaparecendo ou diminuindo aos poucos, ofuscados pela luz
das qualidades que também aos poucos vão se desenvolvendo e crescendo com nosso
esforço pessoal.
Que
Deus, na sua infinita sabedoria, nos inspire e “nos dê a mão” para que nossa
vida seja sempre testemunho do bem, da solidariedade e da paz.
Edição n.º 957 - Página 03
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