“Pílulas e Palavras” são os temas do Café
Filosófico CPFL de maio, com a curadoria do psicanalista e psiquiatra Alfredo
Simonetti. A série de encontros, abertos ao público, em Campinas, e com
transmissão ao vivo no site, questiona o que podem a psiquiatria, a psicanálise
e as psicoterapias, com seus medicamentos e palavras, fazer por quem vive se
debatendo com os sintomas da modernidade.
“O que podem aqueles que se colocam na
posição de paciente, e delegam aos clínicos a responsabilidade pela ‘cura’ de
seus sintomas? Será que existe mesmo um sofrimento novo ou trata-se apenas da
velha e conhecida angústia humana repaginada pelas palavras criativas dos
nossos intelectuais?”, questiona o curador.
Segundo ele, embora se possa mesmo fazer
este questionamento parece, inegável a existência de uma “vivência
contemporânea” das velhas angústias. “Este módulo pretende tratar destas
vivências e destes remédios, fornecendo alguns elementos para a discussão
dessas questões.”
No primeiro encontro, hoje, sexta-feira, às
19h, Simonetti discute “A invenção do remédio”. A ideia é mostrar como a
psiquiatria que cuidava das doenças mentais passou a cuidar também da
infelicidade cotidiana, chamada mal-estar contemporâneo. A palestra discutirá
quando isto começou, quais os avanços tecnológicos e farmacológicos que
permitiram esta ampliação de função, e quais os discursos e práticas sociais
que o legitimaram.
Ao longo do mês o Café Filosófico CPFL
discutirá ainda o papel da psicanálise nos dias atuais, o protagonismo do corpo
no cotidiano e no divã psicanalítico e os novos papéis dos médicos no mundo
contemporâneo.
Confira a programação
05/05 | sex| 19h
A
invenção do remédio
Com Alfredo Simonetti, psiquiatra e
psicanalista
A psiquiatria que cuidava das doenças
mentais passou a cuidar também da infelicidade cotidiana chamada mal-estar
contemporâneo. Esta palestra discute quando foi que isto começou, quais os
avanços tecnológicos e farmacológicos que permitiram esta ampliação de
função, e quais os discursos e práticas sociais que o legitimaram.
12/05 | sex | 19h
Pra
que serve a psicanálise hoje?
Com Wilson Klain, psicanalista
Há mais de um século caminhamos em companhia
da psicanálise, e agora que enfrentamos os tempos pós-modernos o que o olhar
psicanalítico nos mostra? Quais são os sintomas mais problemáticos da
atualidade? A “utilidade” da Psicanálise hoje difere da sua participação nos
tempos que foram percorridos até aqui em sua companhia?
19/05 | sex| 19h
Corpo
en-cena
Com Claudio Mello Wagner, psicólogo
De mudo e encoberto na era vitoriana, o
corpo vem tomando protagonismo no cotidiano e no divã psicanalítico. As
angústias, conflitos e sintomas da vida moderna se corporificam em posturas,
hábitos, gestos e somatizações. Como a análise psicocorporal reichiana lida com
os sintomas do mal-estar contemporâneo?
26/05 | sex| 19h
Os
sócios de Deus
Com Alfredo Simonetti, psiquiatra e
psicanalista
Há um novo médico entrando em cena. Aquela
figura do médico sábio, acolhedor e generoso é cada vez mais difícil de ser
encontrada nos consultórios. O “médico nosso de cada dia “ não existe mais, em
seu lugar surge o médico pós-moderno: competente, tecnológico, estudioso,
atualizado, jovem e compenetrado em sua excelência técnica.
Mais informações em institutocpfl.org.br
Edição n.º 1008
Página 04
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