O
impacto da notícia de que o dono da JBS gravara o momento em que o presidente
Michel Temer deu aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, foi uma bomba jogada nos meios políticos, colocando o
País em estado de choque, diante da imprevisibilidade com a constatação da
veracidade das informações veiculadas pelo jornal O Globo.
O
fato é que se instalou uma grave crise, de proporções que deixam o País
aparentemente sem rumo. Ninguém sabe o que pode acontecer se tais informações
se confirmarem e parece que tudo está caminhando para isso.
No
mesmo dia da reportagem de O Globo, já havia sido protocolado na Câmara dos
Deputados pedido de abertura de processo de impeachment do presidente Michel
Temer. Muitos exigiram a renúncia imediata, bem como o impeachment e ainda
eleições diretas já.
Em
caso de impedimento, segundo a Constituição Federal, o presidente da Câmara dos
Deputados deverá assumir a presidência e convocar eleições indiretas para que
seja escolhido o próximo presidente.
A
situação é de total incerteza, abalando também o mercado financeiro, com violenta
queda nas bolsas e alta do dólar.
O
Palácio do Planalto publicou nota negando as acusações. Daí a importância de
serem liberados os áudios e vídeos que possam constatar as denúncias feitas.
Posteriormente,
com a ampla divulgação desses áudios e vídeos e com a abertura de inquérito
pelo Supremo Tribunal Federal para investigar o presidente Temer, este em
pronunciamento à Nação, refuta enfaticamente as acusações e afirma
veementemente que não renunciará.
O
fato é que tudo isso mostra a situação de enorme degradação moral do País,
assolado por um nível sem precedentes de corrupção, colocando em suspeita quase
todos os políticos, as suas mais altas autoridades.
Quando
se pensa que o País já havia chegado ao fundo do poço, então emergem novos
fatos, mostrando a que nível se chegou a prática da corrupção, não apenas nos
dias de hoje, mas que vem de muitos anos, e que atinge quase todos os partidos
e um número expressivo de parlamentares.
Segundo
informações do blog O Antagonista, a delação premiada do Grupo JBS atinge 1.890
políticos, de maneira que não se sabe o que pode acontecer, pois muitos desses
envolvidos é que teriam que escolher o novo presidente, caso ocorra a queda de
Temer. Daí a pressão popular por eleições diretas já.
É
preciso, portanto, que os fatos sejam esclarecidos para que saibamos exatamente
a dimensão dos acontecimentos, mas a reportagem de O Globo expôs uma situação
que, sendo comprovada, inviabilizará a continuidade do Governo Temer.
Nas
redes sociais, o colunista Arnaldo Jabor, com ar aparvalhado, mudo, depois de
alguns instantes, levanta placas com os dizeres: — Que país é esse? Que fazer?
— e as atira para o alto e abana as mãos, num eloquente gesto de que não tem
mais o que dizer ante tão esdrúxula situação. Que o diga o cidadão, o povo
brasileiro.
Que
vergonha!...
De
qualquer forma, temos que esperar que, com tudo isso, o Brasil possa efetivamente
ser passado a limpo. Que a Justiça seja feita, os infratores punidos e a moral
e a ética na vida pública possam ser resgatadas pelo bem do Brasil.
Edição
n.º 1010
Página
08
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