sexta-feira, 19 de maio de 2017

DA DEGRADAÇÃO MORAL À VERGONHA





O impacto da notícia de que o dono da JBS gravara o momento em que o presidente Michel Temer deu aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi uma bomba jogada nos meios políticos, colocando o País em estado de choque, diante da imprevisibilidade com a constatação da veracidade das informações veiculadas pelo jornal O Globo.  
O fato é que se instalou uma grave crise, de proporções que deixam o País aparentemente sem rumo. Ninguém sabe o que pode acontecer se tais informações se confirmarem e parece que tudo está caminhando para isso.




No mesmo dia da reportagem de O Globo, já havia sido protocolado na Câmara dos Deputados pedido de abertura de processo de impeachment do presidente Michel Temer. Muitos exigiram a renúncia imediata, bem como o impeachment e ainda eleições diretas já.
Em caso de impedimento, segundo a Constituição Federal, o presidente da Câmara dos Deputados deverá assumir a presidência e convocar eleições indiretas para que seja escolhido o próximo presidente.



A situação é de total incerteza, abalando também o mercado financeiro, com violenta queda nas bolsas e alta do dólar.
O Palácio do Planalto publicou nota negando as acusações. Daí a importância de serem liberados os áudios e vídeos que possam constatar as denúncias feitas.
Posteriormente, com a ampla divulgação desses áudios e vídeos e com a abertura de inquérito pelo Supremo Tribunal Federal para investigar o presidente Temer, este em pronunciamento à Nação, refuta enfaticamente as acusações e afirma veementemente que não renunciará.




O fato é que tudo isso mostra a situação de enorme degradação moral do País, assolado por um nível sem precedentes de corrupção, colocando em suspeita quase todos os políticos, as suas mais altas autoridades.
Quando se pensa que o País já havia chegado ao fundo do poço, então emergem novos fatos, mostrando a que nível se chegou a prática da corrupção, não apenas nos dias de hoje, mas que vem de muitos anos, e que atinge quase todos os partidos e um número expressivo de parlamentares.
Segundo informações do blog O Antagonista, a delação premiada do Grupo JBS atinge 1.890 políticos, de maneira que não se sabe o que pode acontecer, pois muitos desses envolvidos é que teriam que escolher o novo presidente, caso ocorra a queda de Temer. Daí a pressão popular por eleições diretas já.
É preciso, portanto, que os fatos sejam esclarecidos para que saibamos exatamente a dimensão dos acontecimentos, mas a reportagem de O Globo expôs uma situação que, sendo comprovada, inviabilizará a continuidade do Governo Temer.
Nas redes sociais, o colunista Arnaldo Jabor, com ar aparvalhado, mudo, depois de alguns instantes, levanta placas com os dizeres: — Que país é esse? Que fazer? — e as atira para o alto e abana as mãos, num eloquente gesto de que não tem mais o que dizer ante tão esdrúxula situação. Que o diga o cidadão, o povo brasileiro.
Que vergonha!...
De qualquer forma, temos que esperar que, com tudo isso, o Brasil possa efetivamente ser passado a limpo. Que a Justiça seja feita, os infratores punidos e a moral e a ética na vida pública possam ser resgatadas pelo bem do Brasil.























Edição n.º 1010

Página 08 

Nenhum comentário:

Postar um comentário