Assisti hoje a um vídeo que
mostra somente imagens, com uma terna música de fundo. Imagens de uma velha
senhora, de bengala, se aprontando com todo o esmero, com todo o refinamento
que lhe permitia suas mãos trêmulas.
Dignamente arrumada, troca
a toalha da mesa de refeições, nela coloca a sua melhor toalha e põe, com muito
cuidado e dificuldade, as xícaras, as colheres, o pão, a manteiga, um pequeno
bolo e leva uma chaleira ao fogo para esquentar a água para o café.
Acima, um relógio aponta as
horas que passam e ninguém aparece! Os olhos da velha senhora marejam, sua boca
fica mais trêmula e o seu olhar se devia de segundo em segundo para os
ponteiros do relógio que, implacáveis, vão girando, medindo o tempo que passa
solenemente ileso à sua aflição pela longa espera.
Um vídeo muito comovente e
que, felizmente, tem um final feliz, pois ao cabo de algumas horas, já à tarde,
os filhos da velha senhora, acompanhados de suas esposas e netos aparecem,
beijam-na e transmitem-lhe, no conforto do abraço filial e amigo, todo o calor
humano que ela aguardava com ansiedade.
Ainda bem que, nessa
estória, tudo acabou bem. Mas quantas estórias conhecemos de abandono, onde os
filhos sequer se lembram que têm mães que os embalaram, criaram e deram a sua
vida, dedicando-se integralmente a eles para que estivessem prontos a enfrentar
o mundo e as dificuldades que a vida, por certo, iria colocar à sua frente.
Esqueceram-se esses filhos
ingratos que se foram alimentados, se hoje estão risonhos e felizes, se foram
vestidos com roupa nova, se foram bem na escola, se arranjaram novos amigos, se
viajaram para novos lugares, se curtiram o passeio, se atingiram a meta
estabelecida ou estão orgulhosos pela medalha que ganharam, é a mãe que fica
satisfeita, orgulhosa e curte a sensação de vitória.
É a mãe que passa a gostar
de rock, de funk, mesmo que antes não pudesse nem ouvir esse tipo de música, é
ela que, com seu infinito amor passa a olhar com simpatia os ídolos e os amores
de seus filhos, passa a adorar cachorros, mesmo que antes só gostasse de gatos.
Desnecessário dizer o que
ela sente quando alguma coisa dá errado com o seu filho, porque, por tabela,
ela sentirá em dose tripla. Cada tombo, cada perda, cada rejeição, cada fracasso,
cada desapontamento. Tudo isto são coisas de mãe!
Moral desta estória: mãe é
pra curtir sempre! Não só no dia a ela dedicado universalmente, mas todos os
dias, horas, minutos e segundos. Caso você ainda tenha a benção de ter sua mãe
viva, corra abraçá-la, beijá-la, apertá-la contra o peito. E que os seus
filhos, netos da sua mãe, sejam ensinados por você a seguir o seu exemplo.
Antes que seja tarde demais e você não possa mais fazer isso e os seus filhos
não saibam repetir esse gesto com vocês, porque não aprenderam, não foram
ensinados, não foram educados para fazê-lo. Corram que ainda dá tempo!...
Edição n.º 1009
Página 08
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