sexta-feira, 22 de maio de 2015

A outra arte de Caymmi


É tudo muito simples, natural. Eu parto de cenas reais, na maioria das vezes, corriqueiras até. No entanto, são necessários uns olhos especiais para se ver a música, que é abstrata. Assim, eu primeiro vejo a música. Depois a absorvo e logo após a transformo em canção. Aí entram a imaginação e a observação e eu ilustro as músicas, como “Marina”, “Milagre”, “O que é que a baiana tem?”, “Dora”, “A preta do acarajé”, “Pescador”, e outras.”






Essa surpreendente faceta de ilustrador do imortal compositor e cantor baiano está revelada na exposição “Aos Olhos de Caymmi – Exposição de Canções Ilustradas” (com imagens e cenários tipicamente baianos: o coqueiral de Itapuã, a areia branca do Abaeté, as festas populares, uma puxada da rede ou um acarajé com vatapá), que a Fundação Memorial da América Latina (São Paulo) inaugurou no bonito espaço do Salão de Atos Tiradentes.
Além de cópias das partituras originais das músicas, o público vai conhecer dez ilustrações feitas a partir de canções de Dorival Caymmi pertencentes ao arquivo da família, assim como áudios, vídeos e instalações que fazem um resgate histórico para a cultura nacional.
A mostra fica em cartaz até 14 de junho.





Mil vezes preferível ver e ouvir essas belezas, em vez de assistir, ler ou ouvir o que vem sendo divulgado pela mídia a respeito das mazelas da política nacional.











 Edição n.º 988 - página 01





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