“É tudo muito simples, natural. Eu parto
de cenas reais, na maioria das vezes, corriqueiras até. No entanto, são
necessários uns olhos especiais para se ver a música, que é abstrata. Assim, eu
primeiro vejo a música. Depois a absorvo e logo após a transformo em canção. Aí
entram a imaginação e a observação e eu ilustro as músicas, como “Marina”,
“Milagre”, “O que é que a baiana tem?”, “Dora”, “A preta do acarajé”,
“Pescador”, e outras.”
Essa surpreendente faceta de
ilustrador do imortal compositor e cantor baiano está revelada na exposição
“Aos Olhos de Caymmi – Exposição de Canções Ilustradas” (com imagens
e cenários tipicamente baianos: o coqueiral de Itapuã, a areia branca do
Abaeté, as festas populares, uma puxada da rede ou um acarajé com vatapá), que a
Fundação Memorial da América Latina (São Paulo) inaugurou no bonito espaço do
Salão de Atos Tiradentes.
Além de cópias das partituras
originais das músicas, o público vai conhecer dez ilustrações feitas a partir
de canções de Dorival Caymmi pertencentes ao arquivo da família, assim como
áudios, vídeos e instalações que fazem um resgate histórico para a cultura
nacional.
A mostra fica em cartaz até 14 de
junho.
Mil vezes preferível ver e ouvir
essas belezas, em vez de assistir, ler ou ouvir o que vem sendo divulgado pela
mídia a respeito das mazelas da política nacional.
Edição n.º 988 - página 01
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