“Águas escuras dos rios,
que levam a fertilidade ao sertão. Águas que banham aldeias e matam a sede da
população. Gotas de água da chuva, alegre arco-íris sobre a plantação. Gotas de
água da chuva tão tristes são lágrimas na inundação. Águas que movem moinhos
são as mesmas águas que encharcam o chão e sempre voltam humildes pro fundo da
terra. Terra! Planeta Água”.
O compositor Guilherme
Arantes não poderia ter sido mais feliz ao denominar o nosso planeta como
“planeta água”. A Terra também é conhecida como “planeta azul”, pois tem essa
coloração vista do espaço. E tudo por causa da água. Mas, ironicamente, está
faltando água para abastecer com fartura a população que povoa o planeta.
A
quantidade exata de água existente no globo terrestre é de 1.332 quilômetros
cúbicos, de acordo com o Instituto de Pesquisa Geológica dos EUA. 72% do nosso
planeta estão cobertos por água, mas 97% dessa água toda é salgada, vinda dos
mares e oceanos – e não é potável. Os oceanos possuem uma camada de 24 mil quilômetros
ao redor da Terra, com uma média de profundidade de 3,2 quilômetros. Parece ser
muita água, mas na verdade não é. Especialistas comparam a situação com uma
maçã – se o nosso planeta fosse uma maçã, a água seria equivalente à casca da
fruta. A água potável do planeta (aqueles 3% restantes) está separada da
seguinte forma: 70% estão congelados; 1% está acessível para consumo imediato;
6 países (Brasil, Canadá, Rússia, Indonésia, China e Colômbia) possuem 50% de
todas as reservas de água fresca do planeta. Além disso, temos que ter presente
que um terço da população vive em países que consomem mais água do que o país
oferece.
Por essas razões nós não
podemos continuar a viver como vivíamos há cem anos. Estamos vivendo uma crise
hídrica, de falta de água potável. Esta é uma situação que só tende a piorar.
Não adianta discutir aqui se nós colaboramos para isso, quem é o culpado. O que
importa agora é enfrentar esse desafio. E, para tanto, cabe a nós adotarmos
atitudes que modifiquem culturas já estabelecidas e impregnadas em nossa
vivência cotidiana. Cada um tem que se conscientizar dessa grave situação e
fazer a sua parte, porque a crise vai durar. E vai aumentar de proporções até
porque a humanidade não para de crescer.
Uma gota perdida de água em
ritmo constante equivale a 46 litros por dia de desperdício. É preciso vigiar
os encanamentos para constatarmos vazamentos: um furinho de 2 mm pode
desperdiçar até 96 mil litros de água por mês. No Japão, mais exatamente na
capital Tóquio, a perda de água limpa é de apenas 2%. Os japoneses já fazem a
manutenção da tubulação antes que esta apresente qualquer defeito. A companhia
de água que atende Tóquio possui uma equipe que roda a cidade em busca de
vazamentos, com aparelhos simples que localizam pontos de perda de água sob o
asfalto por meio do som (cf. Manual de Etiqueta, Planeta Sustentável).
Temos que mudar os nossos
hábitos, adotar novas atitudes, tudo no sentido de economizar água. Aqui em Valinhos
temos um exemplo concreto; o vereador Veiga iniciou na Câmara Municipal um
projeto de lei que oferece incentivo para quem instalar e utilizar equipamentos
e sistemas de reuso de água não potável, o que representará economia no consumo
da água que podemos beber.
Ações como essa e a nossa
consciência na utilização da água — que é um bem de todos — não resolverão o
problema, mas contribuirão, por certo, para minimizá-lo. Vamos fazer a nossa
parte!...
Edição nº 988 - página 08
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