“Entrar em outra pessoa é
como visitar em um país estrangeiro: temos que passar pela imigração e pela
alfândega, caminhando com cuidado, de pergunta em pergunta, de sentimento em
sentimento.
Empatia é tentar entrar em
outra pessoa, nesse país estrangeiro, mas sempre reconhecendo que jamais,
jamais conheceremos realmente essa pessoa, que nunca seremos cidadãs desse
país.” – Observações de Leslie Jamison, em The
Empathy Exams, 2014
Comunicação – informação,
aviso, transmissão. O conceito é claro e sucinto; parece simples. No entanto, é
um dos maiores desafios que enfrentamos na vida em sociedade, em todos os
núcleos de convivência.
Uma das maiores
dificuldades está mesmo na interpretação do que se comunica. Existem vários
elementos envolvidos – mensagem, emissor, receptor e, entre eles, o ruído. E
este ruído, que em Comunicação não tem necessariamente a ver com barulho, pode
mudar completamente o teor de uma mensagem, o que termina por comprometer sua
transmissão e entendimento. Os ruídos podem ser físicos (barulho de obras/
grafia errada), fisiológicos (dor de cabeça), psicológicos (divagações que
tiram a atenção) e semânticos (termos específicos de profissões ou de grupos
étnicos).
Cada ser é único. E o mesmo
ocorre com suas percepções, que interferem diretamente no entendimento. O ato
de comunicar-se é tão necessário e natural, que no geral, pouco se pensa sobre
o que representa e em como pode ser melhorado. Por fazer parte das rotinas de
todos, acaba por parecer menos relevante do que é. E o descuido é o primeiro
passo para o menosprezo, que conduz aos equívocos, que levam à comunicação
truncada, difícil, mal executada. Resumindo, só gera confusão e ressentimentos.
Li, outro dia,
considerações perturbadoras sobre comunicação, consideração pessoal, altruísmo,
empatia. O que martelou por dias na minha cabeça foi, em poucas palavras, o
conceito de que “fazer aos outros o que desejo que façam por mim”, pode ter
muito pouco ou nada a ver com generosidade, altruísmo, empatia. Afinal, ter
como parâmetro minhas próprias vontades, desejos e aspirações não tem muito de
empático – eu, definitivamente não sou o outro – como esperar que esta linha de
pensamento me leve a ser justa ou nobre? É bom e produtivo ponderar sobre estas
coisas. Mas já aviso que é inquietante; mexe com conceitos aprendidos “ao pé da
letra”, desde sempre. Daí a importância extrema de conhecermos os idiomas, os
contextos históricos e sociais. Só assim minimizamos as possibilidades de erros
e aumentamos o sucesso da comunicação.
A partir destes conceitos ,
chegamos à telecomunicação – telecom – que pode ser definida, resumidamente,
como a comunicação de informação por meios eletrônicos, usualmente envolvendo
alguma distância.
Nos últimos tempos muito se
fala sobre todos os meios disponíveis neste setor. De quão importantes são na
atualidade, sem os quais ninguém mais acredita poder viver. Para que tudo
funcione e continue a nos favorecer e facilitar a vida, precisamos de contínuos
aperfeiçoamentos. Pessoais, sociais, globais. Porque aprender nunca é demais. E
já que o dia 17 de maio é o Dia Internacional das Comunicações e Telecomunicações,
é propício refletir sobre o tema, porque sempre há mais a fazer.
Edição n.º 987 - página 07
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