sexta-feira, 10 de maio de 2013

A RAZÃO DA EMOÇÃO


            “Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além.” – Paulo Leminski – escritor

            O gênero literário de minha preferência é o lírico, cujo foco está no interior de quem escreve. Mais especificamente, a poesia, que tem seu foco na estética da palavra.
            Nas últimas semanas, emoções e palavras se misturaram, nem sempre de forma agradável. Mas sempre com muita intensidade.

            A despeito dos acontecimentos inerentes à vida, comecei a considerar que estava tudo muito superlativo. Aí me lembrei – está chegando o Dia das Mães! Era essa a razão da emoção potencializada? Talvez. É o 24º ano que isso se repete.
            Quando Henriette se foi, deixou comigo o compromisso de ser quem sou, buscando melhorar a cada dia. E porque ninguém poderia me amar mais do que ela, sua ausência é tão cheia de significados e emoções. Na maior parte do tempo, as lembranças são doces e prazerosas. Menos nesses dias... Mãe, quando se vai, não vai. Fica pra sempre.
            Um dos textos que me tocou profundamente nesta semana foi publicado no blog de Borges, o gato – aquele gatinho poeta, sobre quem já escrevi, que faz o maior sucesso no Facebook.
            Reproduzo aqui alguns trechos do texto, intitulado “Meu ensaio sobre a cegueira” (http://www.borgesogato.com/meu-ensaio-sobre-a-cegueira/), de Borges, o gato, sobre os alunos com deficiências visuais de Adriana Santos, que acompanham as publicações do blog em sala de aula:
            “O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.” – do Livro Sobre Nada de Manoel de Barros “... Ler com a imaginação é mais profícuo do que ler com os olhos. Quando lhes foi negada a visão dos olhos, se abriu uma visão imaginativa. Os cegos são construidores de mundos incríveis... Quero, ainda que enxergando, poder aprender a transver o mundo com os alunos da tia Adriana que são alunos em sala, mas professores na arte de transver.”
            A razão da emoção? Mães nos ensinam a arte de transver. E isso fica pra sempre. Mesmo quando os tropeços da vida nos fazem cair. Passado o susto, lá estamos nós, transvendo, quase sem perceber.

            Assim, entrelaçando fatos e fotos, que falam das histórias de tantos personagens, tão reais, particulares e singulares, acabamos encontrando razão para aquilo que parecia finito. E lembrando que amor que é amor, dura pra sempre.

            Felicidades e amor, para as mães de ontem, hoje e sempre. 



















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