sexta-feira, 24 de maio de 2013

Um profeta em livros e quadros



Nós vivemos apenas para descobrir a beleza. Tudo mais é espera.(Khalil Gibran)


         O título do texto de divulgação (em O Estado de S.Paulo,  2/5, C3) da exposição  130 ANOS DE GIBRAN KHALIL GIBRAN, no Memorial da América Latina da capital, homenageia esse escritor, poeta, filósofo e artista plástico, cujo livro mais célebre é O Profeta (1), escrito em 1923.
         No contexto natural de rara beleza do seu Líbano natal, as imagens que mais inspiraram Khalil Gibran (1883-1931) foram as da natureza: primeiro, o mar, que concretiza a possibilidade de troca, do encontro, da descoberta do Outro; e depois, as montanhas e os cedros, que simbolizam as raízes autênticas do povo a simplicidade, a fraternidade, a solidariedade, a valorização do saber.
         Gibran acreditava que “na natureza há liberdade, justiça, igualdade, felicidade. As causas da degradação do homem na sociedade são a hipocrisia, a ganância, a ignorância, a injustiça, a usurpação, a perseguição da riqueza”.
         Para ele, “a sabedoria é a única riqueza que os tiranos não podem expropriar”.

        Pela primeira vez na América do Sul, os quadros e objetos da exposição 130 ANOS DE GIBRAN KHALIL GIBRAN começaram a ser exibidos pela cidade de São Paulo, onde vive a maior comunidade libanesa fora do Líbano. A mostra/homenagem está aberta ao público, com entrada gratuita, até o dia 26 de junho.
         Entre documentos, cartas, manuscritos, edições de seus livros em várias línguas, alguns dos seus objetos pessoais e 52 pinturas originais, está o luminoso óleo sobre tela O Outono (2),  de 1909, em que a estação é representada por uma mulher com o busto nu e os cabelos avermelhados ao vento.

                

         O escritor/filósofo queria passar a velhice num monastério (3) do século VII em Bicharre, sua cidade natal, localizada a 120 quilômetros de Beirute.
         Mas ele não conseguiu realizar seu desejo, pois morreu aos 48 anos, em Nova York. O local, porém, foi comprado por sua irmã e o corpo dele foi enterrado lá, e tudo o que havia na sua casa nos Estados Unidos foi levado para o monastério, que hoje abriga o Museu Gibran de onde vem o acervo dessa exposição.

         Na lápide do seu túmulo estão gravadas as palavras: “Eu estou vivo como você. E de pé a seu lado. Feche os olhos e olhe ao redor, e me verá”.
         Por outro lado, no mármore cinza do “Khalil Gibran Memorial Garden”, em Washington, nos Estados Unidos, estão inscritas suas palavras de crença nos homens: “Eu o amo, meu irmão, quem quer que você seja, quer você adore na sua igreja, ajoelhe em seu templo, ou ore em sua mesquita. Nós continuaremos todos a ser as crianças de uma única fé”.
         Bonitas palavras e obras de um bonito espírito humanista, em mostra plástica no belo Salão de Atos Tiradentes, do Memorial da América Latina.

         Por todos esses motivos e para descobrir a beleza desse profeta em livros e quadros, vale a visita!













Nenhum comentário:

Postar um comentário