“Nós vivemos apenas para descobrir a beleza. Tudo mais é espera.” (Khalil Gibran)
O título do texto de divulgação (em O Estado
de S.Paulo, 2/5, C3) da exposição 130 ANOS DE GIBRAN KHALIL GIBRAN, no Memorial da América
Latina da capital, homenageia esse escritor, poeta, filósofo
e artista plástico, cujo livro mais célebre é O
Profeta (1), escrito em 1923.
No contexto natural de
rara beleza do seu Líbano natal, as imagens que mais inspiraram Khalil Gibran
(1883-1931) foram as da natureza: primeiro, o mar, que concretiza a
possibilidade de troca, do encontro, da descoberta do Outro; e depois, as
montanhas e os cedros, que simbolizam as raízes autênticas do povo − a simplicidade, a fraternidade, a solidariedade, a valorização
do saber.
Gibran acreditava que “na
natureza há liberdade, justiça, igualdade, felicidade. As causas da degradação
do homem na sociedade são a hipocrisia, a ganância, a ignorância, a injustiça,
a usurpação, a perseguição da riqueza”.
Para ele, “a sabedoria é a única
riqueza que os tiranos não podem expropriar”.
Entre documentos,
cartas, manuscritos, edições de seus livros em várias línguas, alguns
dos seus objetos pessoais e 52 pinturas originais,
está o luminoso óleo sobre tela O Outono (2), de
1909, em que a estação é representada por uma mulher com o busto nu e os
cabelos avermelhados ao vento.
O escritor/filósofo queria passar a velhice num monastério (3)
do século VII em Bicharre, sua cidade natal, localizada a 120 quilômetros de
Beirute.
Mas ele não conseguiu realizar seu desejo, pois morreu aos
48 anos, em Nova York. O local, porém, foi comprado por sua irmã e o corpo dele
foi enterrado lá, e tudo o que havia na sua casa nos Estados Unidos foi levado
para o monastério, que hoje abriga o Museu Gibran − de onde vem o acervo dessa exposição.
Na lápide do seu túmulo estão gravadas
as palavras: “Eu estou vivo como você. E de pé a seu lado. Feche os
olhos e olhe ao redor, e me verá”.
Por outro lado, no mármore cinza do “Khalil Gibran Memorial
Garden”, em Washington, nos Estados Unidos, estão inscritas suas palavras de
crença nos homens: “Eu o amo, meu irmão, quem quer que você seja, quer você
adore na sua igreja, ajoelhe em seu templo, ou ore em sua mesquita. Nós
continuaremos todos a ser as crianças de uma única fé”.
Bonitas palavras e obras de um bonito espírito humanista, em
mostra plástica no belo Salão de Atos Tiradentes, do Memorial da América
Latina.
Por todos esses motivos e para descobrir a beleza desse
profeta em livros e quadros, vale a visita!
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