sexta-feira, 10 de maio de 2013

Papiloma Vírus Humano(HPV).


A relação entre as verrugas genitais e atividade sexual é conhecida desde o império greco-romano. Atualmente a infecção por HPV ocupa o primeiro lugar entre as Doenças Sexualmente Transmissíveis, e cerca de 75% a 80% da população sexualmente ativa terá contato com este vírus em alguma fase da sua vida. O HPV é um vírus DNA com mais de 100 subtipos, com aspectos clínicos diferentes. Destes, cerca de 30 infectam a região genital e anal. Conforme sua possibilidade de provocar câncer, são divididos em baixo e alto risco.Os subtipos 6 e 11 causam 90% das verrugas anogenitais ,que são de baixo risco e, os subtipos 16 e 18 causam cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero e vulva.O HPV é responsável também carcinoma verrucoso, que é um tipo de câncer de pênis.

A transmissão não é exclusivamente sexual e o contato pele-pele (ou mucosa) é suficiente para o contágio, o que explica a parcial eficácia do preservativo nestes casos e a transmissão em crianças, não vítimas de abuso sexual, expostas ao contato das mãos de pessoas contaminadas. A penetração do vírus dá-se, em geral através de microfissuras, geralmente imperceptíveis, dos genitais ou através de algumas células do colo uterino que tem a capacidade de absorver este vírus.O período de incubação é muito variável, sendo muito difícil saber quando ocorreu o contágio. Na entrada do vírus no organismo, o sistema imunológico da pessoa tende a bloquear a infecção, levando-a a regressão; entretanto, pode ocorrer a persistência do vírus no organismo progredindo para lesões pré-malígnas e câncer.Sabe-se que a infecção pelo HPV representa a maior causa de câncer de colo de útero e da vulva.

DIAGNÓSTICO
O HPV pode se apresentar sob 3 diferentes formas: clínica, sub-clínica e latente.
Na forma clínica o HPV aparece com verrugas que podem se localizar em qualquer segmento da região genital , anal e áreas  próximas como região púbica e prega da coxa.Na pele da vulva,que é a região mais frequentemente acometida, assim como no pênis, podem ser únicas ou múltiplas,com presença de espículas na superfície, o que justificam sua denominação de Condilomas Acuminados ou “Cristas de Galo”. Geralmente são assintomáticas, provocando apenas pequena coceira.O diagnóstico é clínico ,somente pela inspeção. Pode-se colher material para confirmação anátomo-patológica.
A forma sub-clínica, mais freqüente, necessita de exames com a colposcopia (vaginoscopia) ou peniscopia. Lesões não visíveis “a olho nu “, são detectadas pelo microscópio quando se coram em branco na presença de ácido acético a 5 %.
A forma latente da infecção não é diagnosticada pelos métodos descritos, necessitando de técnicas mais sofisticadas, que detectam o DNA viral, como captura híbrida e PCR.

TRATAMENTO
A forma latente nunca é tratada. A forma clínica, com verrugas visíveis, sempre deve ser tratada devido seu alto grau de contágio. A forma sub-clínica , com lesões planas detectadas ao microscópio ,na maioria das vezes também devem ser tratadas, pois aparentemente também tem papel na transmissão. Os métodos terapêuticos utilizados podem ser:
1-Químicos: Ácido Tricloroacético(ATA),Podofilina,5-Fluouracil(São os medicamentos mais antigos). O Imiquimode e o Wartec são os agentes mais novos para a cauterização química.
2-Físicos: Criocirurgia, Laser e Cirurgia de alta freqüência.
3-Cirúrgicos: retirada com bisturi e eletrocoagulação.
4- Estimuladores da Imunidade como o InterferonB.
5- Vacinas: as vacinas atualmente são  utilizadas mais para as mulheres,pois estas tem probabilidade maior de desenvolverem doenças malignas.As vacinas utilizadas atualmente são bivalentes, protegendo contra as infecções pelos subtipos 16 e 18 e as quadrivalentes que protegem contra os subtipos 6, 11, 16 e 18.Entretanto as vacinas contra o HPV ainda apresentam custo elevado e fora da realidade para a maioria dos países em desenvolvimento.Recentemente o Ministério da Saúde autorizou a aplicação da vacina em adolescentes de ambos os sexos. 

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