A
relação entre as verrugas genitais e atividade sexual é conhecida desde o
império greco-romano. Atualmente a infecção por HPV ocupa o primeiro lugar
entre as Doenças Sexualmente Transmissíveis, e cerca de 75% a 80% da população
sexualmente ativa terá contato com este vírus em alguma fase da sua vida. O HPV
é um vírus DNA com mais de 100 subtipos, com aspectos clínicos diferentes.
Destes, cerca de 30 infectam a região genital e anal. Conforme sua
possibilidade de provocar câncer, são divididos em baixo e alto risco.Os
subtipos 6 e 11 causam 90% das verrugas anogenitais ,que são de baixo risco e,
os subtipos 16 e 18 causam cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero e
vulva.O HPV é responsável também carcinoma verrucoso, que é um tipo de câncer
de pênis.
A
transmissão não é exclusivamente sexual e o contato pele-pele (ou mucosa) é
suficiente para o contágio, o que explica a parcial eficácia do preservativo
nestes casos e a transmissão em crianças, não vítimas de abuso sexual, expostas
ao contato das mãos de pessoas contaminadas. A penetração do vírus dá-se, em
geral através de microfissuras, geralmente imperceptíveis, dos genitais ou
através de algumas células do colo uterino que tem a capacidade de absorver
este vírus.O período de incubação é muito variável, sendo muito difícil saber
quando ocorreu o contágio. Na entrada do vírus no organismo, o sistema
imunológico da pessoa tende a bloquear a infecção, levando-a a regressão;
entretanto, pode ocorrer a persistência do vírus no organismo progredindo para
lesões pré-malígnas e câncer.Sabe-se que a infecção pelo HPV representa a maior
causa de câncer de colo de útero e da vulva.
DIAGNÓSTICO
O
HPV pode se apresentar sob 3 diferentes formas: clínica, sub-clínica e latente.
Na
forma clínica o HPV aparece com verrugas que podem se localizar em qualquer
segmento da região genital , anal e áreas
próximas como região púbica e prega da coxa.Na pele da vulva,que é a
região mais frequentemente acometida, assim como no pênis, podem ser únicas ou
múltiplas,com presença de espículas na superfície, o que justificam sua
denominação de Condilomas Acuminados ou “Cristas de Galo”. Geralmente são
assintomáticas, provocando apenas pequena coceira.O diagnóstico é clínico
,somente pela inspeção. Pode-se colher material para confirmação
anátomo-patológica.
A
forma sub-clínica, mais freqüente, necessita de exames com a colposcopia (vaginoscopia)
ou peniscopia. Lesões não visíveis “a olho nu “, são detectadas pelo
microscópio quando se coram em branco na presença de ácido acético a 5 %.
A
forma latente da infecção não é diagnosticada pelos métodos descritos,
necessitando de técnicas mais sofisticadas, que detectam o DNA viral, como
captura híbrida e PCR.
TRATAMENTO
A
forma latente nunca é tratada. A forma clínica, com verrugas visíveis, sempre
deve ser tratada devido seu alto grau de contágio. A forma sub-clínica , com
lesões planas detectadas ao microscópio ,na maioria das vezes também devem ser
tratadas, pois aparentemente também tem papel na transmissão. Os métodos
terapêuticos utilizados podem ser:
1-Químicos:
Ácido Tricloroacético(ATA),Podofilina,5-Fluouracil(São os medicamentos mais
antigos). O Imiquimode e o Wartec são os agentes mais novos para a cauterização
química.
2-Físicos:
Criocirurgia, Laser e Cirurgia de alta freqüência.
3-Cirúrgicos:
retirada com bisturi e eletrocoagulação.
4-
Estimuladores da Imunidade como o InterferonB.
5-
Vacinas: as vacinas atualmente são utilizadas mais para as mulheres,pois estas
tem probabilidade maior de desenvolverem doenças malignas.As vacinas utilizadas
atualmente são bivalentes, protegendo contra as infecções pelos subtipos 16 e
18 e as quadrivalentes que protegem contra os subtipos 6, 11, 16 e
18.Entretanto as vacinas contra o HPV ainda apresentam custo elevado e fora da
realidade para a maioria dos países em desenvolvimento.Recentemente o
Ministério da Saúde autorizou a aplicação da vacina em adolescentes de ambos os
sexos.
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