sexta-feira, 3 de maio de 2013

Seria cômico, não fosse trágico







Até casuísmos têm limite, e o Congresso aprovar a lei pró-Dilma e anti-Marina a um ano e pouco da eleição tem um ranço "bolivariano" incompatível com o Brasil. As regras não favorecem o rei (ou a rainha)? Mudem-se as regras! Seria cômico, não fosse trágico.” (Eliane Cantanhede, Folha de S.Paulo, 28/4)





            As notícias que vêm ocupando as manchetes da mídia brasileira impressa, televisiva e radiofônica desde a semana passada são preocupantes, para não dizer lamentáveis.

            Fazendo uma colcha de retalhos com citações de artigos assinados por diferentes jornalistas, nota-se a concordância entre eles todos. 

            A da Folha diz, ainda, que “o projeto de emenda constitucional aprovado em minutos pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para atacar e retaliar o Supremo é de uma violência e de uma irresponsabilidade poucas vezes vistas na democracia deste país. A corte suprema não se rendeu ao poder? Puna-se a corte!”.

            Com pensamento bastante parecido, a jornalista Dora Kramer (O Estado de S.Paulo, 26/4, A6) considerou que “seria cômica se não almejasse a um objetivo trágico a proposta de cassar a supremacia da mais alta instância judicial do País e tomar-lhe o lugar na tarefa de dar a palavra final em questões constitucionais. Seria um fato isolado se não revelasse uma intenção coletiva de retaliação; seria só mais uma tolice se não se tratasse de pura e nefasta malandragem. Contribui para diminuir o Brasil em sua afirmação civilizatória e reforça a evidência de que determinados grupos - lamentavelmente detentores de força política - acreditam que aqui as instituições podem ser controladas e manipuladas ao molde venezuelano.”

            A charge de Benett, em que escorrem pelo ralo a ética, a honestidade, a honra e a integridade, ilustra na medida exata esse joguinho entre os poderes: “Discutir com este governo é o mesmo que jogar xadrez com um pombo. Ele sapateia no tabuleiro, desarranja todas as peças e sai com o peito estufado proclamando vitória”, escreveu Ferreira Gullar (O Estado de S.Paulo, 26/4, A2).


            Será que tudo isso tem cabimento?
?

Nenhum comentário:

Postar um comentário