“As
imagens do inconsciente são apenas uma linguagem simbólica que o psiquiatra tem
por dever decifrar. Mas ninguém impede que essas imagens e sinais sejam, além
do mais, harmoniosas, sedutoras, dramáticas, vivas ou belas, enfim constituindo
em si verdadeiras obras de arte.” – Mário Pedrosa, crítico
de arte
A psiquiatra alagoana, Dra.
Nise da Silveira, foi a idealizadora e fundadora do Museu de Imagens do
Inconsciente, que teve sua origem nos ateliês de pintura e de modelagem da
Seção de Terapêutica Ocupacional, e foi inaugurado em maio de 1952, no Rio de
Janeiro. A direção é de Luiz Carlos Mello, (que fez a curadoria para a mostra
do Redescobrimento - Brasil, 500 anos), e contou com a presença de Gladys
Schincariol e Eurípedes Júnior.
Recentemente, Luiz Carlos
Mello lançou o livro “Nise da Silveira - Caminhos de uma psiquiatra rebelde”,
que foi um dos orientadores para o cineasta carioca Roberto Berliner filmar o
longa metragem Nise (título provisório), estrelado pela atriz Glória Pires, no
papel da médica, pioneira por adotar um tratamento alternativo para a doença
mental. O psiquiatra suíço Carl Jung conheceu e se entusiasmou com o trabalho
da médica brasileira.
Tive o privilégio de
conhecer algumas das peças produzidas por pacientes esquizofrênicos
encarcerados, durante a mostra Brasil 500 anos. Foi inesquecível! As peças de
Arthur Bispo do Rosário, foram as que mais encantaram. Suas obras, reconhecidas
internacionalmente, foram expostas na prestigiada Bienal de Veneza e em museus
do mundo todo. Vale a pena conhecer mais a fundo sua história de vida e arte – mesmo
sendo vítima de tão grave doença, é intrigante e fascinante!
Edição n.º 993 – página 07
Nenhum comentário:
Postar um comentário