sexta-feira, 12 de junho de 2015

Obedecer resignadamente




Evoluir trilhando o caminho das experiências permitidas pela reencarnação, onde exercitaremos o uso adequado de nosso livre arbítrio, é o processo educacional divino que nos permite as conquistas espirituais.
Nossas vidas seguem um fluxo contínuo de crescimento, e estão condicionadas às Leis de justiça, amor e caridade, criadas por Deus para administrar tudo o que existe.
A nós, compete a obediência a estas Leis, que quando não observadas corretamente nos trazem consequências e responsabilidades que assumiremos para sua correta compreensão.
Nosso grande desafio não é como muitos pensam em eliminar nossa vontade para seguirmos cegamente a proposta libertadora de amor do Cristo, em que se baseiam todas as leis que regem o Universo, mas sim, educá-la por meio do conhecimento racional que nos conduzirá ao entendimento da verdade que liberta.
Segundo o Evangelho, a obediência é o consentimento da razão ou seja, compreendendo o que se passa conosco, principalmente quando isto não obedece nossos desejos e anseios, passaremos pelas provas ou expiações de modo mais tranquilo e produtivo, sem o sofrimento desnecessário, quando nos vitimizamos ou revoltamos.
O capítulo IX do Evangelho Segundo o Espiritismo item 8, nos fala sobre a necessidade da resignação, que seria o consentimento do coração, que alcançamos quando trabalhamos nossos sentimentos para aceitar o que não podemos modificar, o que não está em nossas mãos e portanto fora de nosso controle. Em muitos casos esta não aceitação de situações adversas pode gerar transtornos afetivos de grande monta, como a depressão, por exemplo.
Não aceitar o imutável nos adoece.
Compreender a temporalidade de tudo que nos cerca é vital para nossa felicidade e qualidade de vida mental. Com exceção das virtudes conquistadas, do conhecimento e dos laços de amor que nos unem a quem amamos nada se mantém, tudo se transformará, se alterará.  Nosso corpo irá envelhecer, o formato familiar que hoje se apresenta pode se modificar, nossas posses materiais poderão diminuir ou aumentar, um dia desencarnaremos, outros reencarnarão. O cenário que nos cerca é dinâmico e sempre atenderá as nossas necessidades de aprendizagem. Emmanuel dos diz no livro Fonte Viva, que precisamos aprender a viver “como possuindo tudo e nada tendo”, “com todos e sem ninguém”, uma vez que nada nos pertence.
Esta reflexão não deve nos levar ao pesar, ao sofrimento ou à angústia da perda, mas sim, à alegria de descobrir que só retemos o sublime, o que realmente faz diferença em nossas vidas, que é o amor e a sabedoria.
Percebendo o grande amor do Pai em cada um de nós, chegaremos à conclusão de que as dificuldades não são castigos, mas, oportunidades de superação.
Aceitar com a razão e o coração são o “antídoto” para os males que em nossa mente se alojam, podendo nos levar à loucura de um dia, talvez, imaginarmos que estamos sós, e que a vida não vale a pena ser vivida.







Edição n.º 991 – página 02

Nenhum comentário:

Postar um comentário