sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O ESSENCIAL, POR SER HUMANO



        Já ouvi algumas pessoas dizerem não gostar de poesia. E toda vez, me pergunto se estas pessoas sabem mesmo o que é poesia. Porque, como sinto (mais do que defino), a poesia é inerente ao ser humano. Não há como dissociar um do outro. A poesia está na música, na literatura, na pintura, na fotografia, no cinema, no circo e no teatro. Nos relacionamentos, em todos os níveis. Na rotina de cada amanhecer, na penumbra do anoitecer, no calor do sol, no frio da madrugada. A poesia está no ser.
        Acho que hoje acordei com uma dose a mais de poesia correndo nas veias, impregnando a alma.





TEMPO, AMOR E POESIA

Para sempre ou nunca mais,
É sempre muito.
E nunca basta.

Todo o tempo é muito breve,
Quando é encontro.
E só um pouco nunca acaba,
Quando é espera.

Amor – matéria essencial.
Na poesia,
Na vida.
Em qualquer tempo...

Amor, pra valer a pena precisa suar.
De ansiedade,
De desejo,
De tanto empenho.


E nunca esquecer:
Todo empenho é pouco,
Pra nutrir amor e arte.

Porque não basta amar apenas.
Nunca bastou.
É preciso provar, sentir.
Ver, tocar, ir além, como na arte.

Nem cedo, nem tarde,
Amor que é amor vem na hora certa.
Nem pouco, nem muito,
Pra não enlouquecer.

Porque o risco é muito,
O limite é tênue.
E todo empenho é pouco,
Pra guerra não minar a paz...


















Edição n.º 970 - página 07

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