“Mafalda não sossega. Tem sempre uma pergunta na ponta
da língua – ou uma boa resposta. Em 2014, essa polêmica garotinha completou 50
anos de estreia nas tirinhas do cartunista argentino Quino (Joaquin Lavado).
Para festejar, a mostra itinerante “O Mundo Segundo Mafalda” veio ao Brasil e
está em São Paulo.” (Fernanda Araújo, O Estado de S.Paulo, Divirta-se, 18/12/2014)
Aos 6 anos e filha de uma família de classe média argentina,
ela tem um olhar inteligente e curioso sobre o mundo e o ser humano, além de
muitas ideias para melhorar a vida na Terra.
Foi assim, crítica e divertida, que a menina conquistou o mundo
com quadrinhos traduzidos em 26 idiomas. Quino, seu criador, deu-lhe voz entre
1964 e 1973, quando parou de escrever. Mas o que ela “disse e comentou”
continua atual até hoje. Como numa das tiras em que, no primeiro quadrinho, o
balanço voa e a menininha está radiante. No segundo e no terceiro, também. No
penúltimo, ele vai parando para então ela dizer: “Como sempre, é só pôr os pés
na Terra que acaba a diversão!”
Entre frases memoráveis, perguntas, opiniões, sugestões e
comentários sobre tudo estão pérolas, tais como: “Às vezes me pergunto se a
vida moderna não tem mais de moderna do que de vida”, ou “Se a vida começa aos
40, por que nascemos com tanta antecedência?”, entre centenas de outras.
“O Mundo Segundo Mafalda” está em
exposição na Praça das Artes (Av. S.João 281, Centro, S. Paulo) até 28 de
fevereiro e a entrada é gratuita. Durante a visita, é possível conhecer um
pouco da conturbada época em que as histórias foram escritas, além da opinião
da personagem sonhadora, mas crítica e desiludida com o mundo – tão
contraditório – dos adultos: um mundo enfraquecido, enlouquecido, suicida, de cabeça
para baixo, apagado, doente.
Um mundo que só parece bonito quando em tamanho reduzido.
Um mundo sujo, até “na opinião” de uma mosca...
Edição n.º 971 - página 01
Nenhum comentário:
Postar um comentário