Voceis pensam que nóis fumos embora,
nóis enganemos vocês.
Fingimos que fumos e vortemos:
ói nóis aqui traveis.
Nóis tava indo
, tava quase lá e arresorvemo
, vortemos prá cá.
E agora, nóis vai ficar fregueis:
ói nóis aqui traveis! (Adoniran Barbosa)
O
triunfo da nulidade cultural e da ignorância de
fatos ocorridos em 1998 aconteceu na última sessão da Câmara Municipal de Valinhos: com a
velocidade de um raio fulminante, não dando tempo para que os vereadores
percebessem os efeitos mais que negativos,
nocivos, do projeto do vereador Lourivaldo (PT)
— que outorga o diploma de mérito cultural
“Adoniran Barbosa” a Antonio Stopiglia —, os edis aprovaram o projeto por unanimidade.
Talvez os vereadores estivessem mesmo distraídos, mas não esqueceram de cobrar do prefeito Clayton Machado a obrigação
de nomear
outro secretário de Saúde, e dispensar a atual, a médica Cristina de Fátima Fiore, contratada
pela Prefeitura de Valinhos e, simultaneamente, pela Prefeitura de Franco da Rocha.
Com que justificativa se outorgaria o diploma de mérito
cultural “Adoniran Barbosa” (uma homenagem ao filho
mais ilustre da cidade) a alguém que, quando secretário de Cultura de Valinhos,
e pela primeira vez, na História, rejeitou uma personalidade reconhecida por
toda comunidade cultural não só brasileira, mas também internacional, para as quais Adoniran é o
expoente máximo do samba paulista?
NOTÍCIAS tem guardado em seus
arquivos, desde agosto de 1998, um comunicado enviado pelo Departamento de
Imprensa da Prefeitura de Valinhos com a determinação
do então secretário de Cultura Tite Stopiglia, que estabelece: “não será organizada uma “Semana Adoniran Barbosa”, porque faltam elementos que comprovem que o
sambista nasceu em Valinhos”.
O que confirma e dá guarida ao desvario cultural
daquele secretário é a proposta feita por ele de se encomendar um exame de
“DNA cultural” da História, através da
Fundação Nacional das Artes, para se encontrar provas de que Adoniran Barbosa seria valinhense! (Na época, ele esqueceu não só de perguntar ao ex-prefeito
Bepe Spadacia, escritor e editor do primeiro livro que atestava que Adoniran nasceu nesta cidade, como também ele nem pensou em
ir ao Cartório Civil da cidade, onde está registrada a certidão de nascimento
de João Rubinato, o compositor popular Adoniran Barbosa.
E por que, desde aquela época, os secretários de Cultura das
administrações do município de Valinhos nunca aceitaram essa
verdade incontestável e restauraram a “Semana
Adoniran Barbosa”? Seria ignorância, descaso ou insensibilidade
explícita?
E seria por desconhecimento, desrespeito, ou descuido que os vereadores desta Legislatura aprovaram
por unanimidade a proposta do vereador Lourivaldo, sem levar em conta que os
vereadores da Legislatura de 1998 convocaram o então secretário Stopiglia para
que ele explicasse a suspensão da comemoração da “Semana Adoniran Barbosa”?
Texto Tom Santos |
Em 1998, como agora, NOTÍCIAS se esforça para
valorizar o que merece ser louvado e não deixar esquecer o que deve ser
lembrado. Se alguém pensou que aqueles fatos tinham sido esquecidos, se
enganou: “ói nóis aqui traveiz”!
Ao fazer política imaginam os políticos tudo se permite, e cada um tem seus motivos e raz~~oes, mesmo atropelando a história e os acontecimentos, ignorando desconhecimentos patenteados no passado, mesmo recente, ainda que resulte fez e, desavergonhado por n~~ao se envergonhar, para limpar fez nada foi feito.
ResponderExcluirSe estropício causou, ``a época e agora, o estúpido estrupício e agora unânime cochilo coletivo dos edis, por sua aprovaç~~ao ainda na linha do atropelo. N~~ao há que se desfazer, se de mérito ou demérito, a outorga aconteceu.
Está nas m~~aos, colocando-se as coisas nos seus devidos lugares, declinar do diploma, pois para muitos "se alguém pensou que aqueles fatos tinham sido esquecidos, se enganou: ói nois aqui traveiz". Samba, samba que nois vamo'gosta! Com a licença do mestre.