Não há dúvida que os brasileiros precisam
de mais médicos e, também, de instalações públicas de saúde padrão FIFA, como
reclama e exige a população. O que nós não precisamos é de mais manipulação
política.
O
primeiro estranhamento que esta questão provoca é a seguinte: por que cubanos?
Poderiam ser argentinos, chilenos, bolivianos, mexicanos etc. Mas por que
médicos de Cuba, de um país que para sair de lá só com autorização do governo
dos irmãos Castro? E por que tais médicos são liberados de fazer os exames
exigidos para comprovar suas qualificações técnicas, sem revalidação do diploma,
quando os brasileiros que se formam em medicina no exterior são submetidos a
realizá-los para poder exercer aqui a profissão? E por que trazer auxiliares de
enfermagem que se dizem médicos para atuar no interior? Isso é uma afronta à
soberania nacional, aos nossos profissionais, àqueles que nasceram aqui e
se dedicaram a estudar para terem e exercerem uma profissão e agora são
desprestigiados por profissionais de competência técnica duvidosa. E o mais
vergonhoso disso tudo é a capitulação do Congresso Nacional, em aceitar goela
abaixo esta decisão do Executivo, que humilha nossos médicos, trazendo
concorrentes desqualificados, e — o que é pior — no bojo de um projeto
político e eleitoreiro. São médicos de Cuba que virão ao Brasil disseminar
a ideologia há décadas fomentada e aplicada pelos Castro?
E
por que temos que aceitar tal humilhação? O que fazer para evitar tal capitulação?
O fato é que os nossos médicos requereriam do nosso governo um apoio efetivo,
condições mais dignas de trabalho, equipamentos e instalações, no mínimo, adequadas
e compatíveis com a razoável prestação dos serviços públicos de saúde e não o
descaso e a manifesta ausência dessas ditas condições. O Brasil tem que aceitar
sim voluntários. Colocar as Embaixadas mundo afora para estimular a vinda de
médicos idealistas (e existem e são muitos por aí) para que com seu fervor e
conhecimentos possam contribuir com o país. É bem verdade que existem alguns
médicos da saúde pública que só carimbam o ponto e buscam apenas receber os
seus salários, como vem denunciando a mídia. Mas tão triste e lamentável atitude
não deve ser aplicada genericamente a todos os médicos. Essa conduta
desvirtuada e antiética deve ser apurada e não tolerada pelas autoridades
responsáveis e não deve e nem pode servir de justificativa para a vinda de
médicos cubanos para o país.
Os
grandes países recebem médicos estrangeiros de alta qualidade. Vejam
os Estados Unidos, a Inglaterra, a França e outros. Por que não entre nós?
Agora fazer marketing em cima da carência de nossa população trabalhadora e
sofredora é demais! Arquitetar pacotes mercadológicos para viabilizar
candidaturas políticas é tripudiar sobre os incautos e despolitizados. Até
quando? Por que não pensar em saídas mais práticas e duradouras como, por
exemplo, preparar profissionais-assistentes de saúde que pudessem oferecer o
atendimento primário a toda a população e deixar as atividades mais complexas
de saúde aos médicos? Por que não investir na maior formação de paramédicos? Por
quê?... O que falta?... Visão? Competência? Interesse público?
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