sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Morreu o presidente?


“Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Eu vos dei a minha vida. Agora, ofereço a minha morte... “ (trecho da carta-testamento do presidente Getúlio Vargas).

Há 59 anos, em uma sexta-feira fatídica, no dia 24 de agosto de 1954 o Brasil passou por um momento de grande comoção, quando o Repórter Esso (o mais famoso noticiário da Rádio Tupi) informou: “o presidente Getúlio Vargas suicidou-se!”
O ato de desespero do presidente aconteceu às 8h35, em seus aposentos, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então a capital federal.
Três horas antes, Getúlio entregara ao Ministério da República uma carta licenciando-se do cargo, por estar sob intensa pressão das Forças Armadas.
Na reunião do gabinete, que atravessou a noite anterior, o ministro da Guerra, general Zenóbio da Costa, havia dito que a revolta nos quartéis era incontrolável e que “a resistência só seria possível à custa de muito sangue”.
No entanto, vários ministros, como os titulares da Justiça, Tancredo Neves, e da Fazenda, Osvaldo Aranha, defenderam a resistência contra a rebelião militar. O diálogo entre esse último e o presidente, durante a reunião ministerial evidencia o clima tenso:
Se você não renunciar, vamos dar o exemplo às gerações vindouras; vamos morrer 50 amigos, aqui com você.”
“ – Não, o problema é meu. Eu resolvo sozinho.”
O presidente trancou-se em seu quarto, e depois de redigir sua carta-testamento, atirou no próprio peito.
Ao assumir o cargo, o vice-presidente Café Filho afirmou: “Jamais pensei em assumir a presidência de meu país em condições de cunho tão doloroso, tão chocante”.
Na época, tanto o governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, como vários militares defendiam a renúncia de Vargas.
Lacerda comandava o partido União Democrática Nacional (UDN), e era proprietário do jornal Tribuna da Imprensa”, que há muito tempo liderava uma feroz campanha contra o governo de Vargas.
A popularidade do presidente brasileiro (que gostava de ser chamado de “pai dos pobres”) era tão significativa, que em várias capitais multidões saíram às ruas, a depredar as sedes da UDN e de jornais da oposição, e a incendiar emissoras de rádio, como a Farroupilha e a Porto-Alegrense, além de também queimarem o edifício do Diário de Notícias, todos de Porto Alegre.
Isso, apesar de Getúlio  ter elaborado uma lei que punia quem organizasse comícios sem autorização da polícia...
Texto
Tom Santos
Tais fatos acontecidos há mais de meio século, se repensados hoje, poderiam servir de reflexão e inspiração de ações preventivas, para nunca mais vivermos momentos tão extremos como esses.










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