sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Agosto: flores lá, horário eleitoral gratuito cá




A cada dois anos, em agosto, “brota” um tapete de um milhão de flores naturais (begônias), que se estende por 1800 m² na Grande Praça de Bruxelas, capital da Bélgica. Essa beleza efêmera dura apenas um fim de semana: o da Assunção (15 de agosto)!
E, por aqui, começa o horário eleitoral (que de gratuito não tem absolutamente nada, muito pelo contrário!) no rádio e na televisão: sem a mínima naturalidade, sem espontaneidade, sem colorido ou beleza, ele se estende por dois meses, até as eleições de outubro.


Em vista do começo da exposição dos candidatos a cargos políticos nos programas do horário eleitoral e levando em conta a coincidência de pontos de vista (dele e meu), transcrevo em seguida o que  escreveu o médico, psicanalista e colunista Francisco Daudt na Folha de S.Paulo (20/08).      
Por mais que queira deixar explícito meu repúdio específico na minha coluna, a política interna do jornal considera “cláusula pétrea” a não declaração de voto. No meu caso nem seria isso, seria uma declaração de não-voto. Por mais que tenha horror da má gestão econômica, da postura tirânica, da arrogância que não reconhece erros, do jeito de governar dando esporros, da interferência na vida dos cidadãos, do mau uso do dinheiro dos impostos, do aparelhamento da máquina inchada do Estado, dos investimentos mínimos, da maquiagem da inflação, da política externa vergonhosa manipulada por interesses ideológicos que servem ao partido e não ao país (como sempre havia sido a tradição do Itamaraty), tudo voltado para um projeto de eternização no poder, não posso declarar meu não-voto.”
Àqueles que, como o articulista da Folha, sentem-se enojados com os candidatos em geral e pensam em anular seu voto, explique-se que o voto nulo não é um voto de protesto, mas apenas facilita a vida dos aloprados, dos corruptos e/ou dos palhaços: quem for eleito, vai ser eleito com o percentual de votos válidos: se, de cem eleitores, oitenta anularem o voto, um candidato  pode ganhar com onze votos, como explica Francisco Daudt.
É hora de lembrarmos o que afirmou o político liberal britânico Lord Gladstone (1809-1898): “O homem honesto precisa ser tão atrevido quanto o canalha, ou este prevalecerá”.
Portanto, melhor votar no menos pior, pois alguém será eleito para governar ou para legislar.
Às urnas!















Edição n.º 949 - página 01

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