sexta-feira, 8 de agosto de 2014

“MEU SEGREDO DE AMOR”


“Fica numa prateleira no alto do armário. Já foi uma caixa de sapatos enfeitada para o Dia dos Pais, um presente da minha filha mais velha. Dentro dela, papel cartão rosa, vermelho e branco, desenhos e colagens com três tipos de macarrão, jujubas e confeitos, tudo aquilo grudado com um exagero de cola branca.
A caixa de sapatos está enrugada e mofada onde as jujubas e os confeitos derreteram. Está grudenta em alguns lugares. Mas é um repositório de relíquias da infância dos meus filhos.
Se levantar a tampa, você vai entender por que a guardo. Em folhas dobradas e desbotadas de bloco pautado, agora frágeis, estão as palavras: “oi, papai”, “Felis Di dos Pais” e “Ti amo”. No fundo da caixa, colados, 23 corações feitos de miçangas. Com seus rabiscos, cada um dos três escreveu o nome. É o produto do amor em seu estado mais puro e verdadeiro.
As crianças agora são adultas. Ainda me amam, embora tenham dificuldade, às vezes, de demonstrar. O amor se complica com a idade e o conhecimento. É amor, sim, mas não é simples. Não é uma coisa que se poderia colocar numa caixa de sapatos.
Ninguém sabe que aquele presente antigo e grudento está lá. De vez em quando eu o desço do armário e abro a caixa. É uma coisa em que posso tocar, segurar e acreditar, agora que não há mais bracinhos ao redor do meu pescoço.
É o meu baú do tesouro. E ele significa amor. Quero “levá-lo aonde quer que eu vá”.


Esse relato do escritor americano Robert Fulghum, na sua simplicidade toca o nosso coração e nossa mente e nos leva à reflexão.
Todo dia é “Dia dos Pais”, mas especialmente nesta data os sentimentos e emoções afloram e esquentam nossos corações.
Quanto carinho existe na relação pai e filho! Como é vibrante para o pai dizer em qualquer circunstância ou situação, ‘meu filho’, ‘minha filha’! E está faltando isso no mundo hoje! Está muito ausente a expressão do amor paternal e também do amor filial. Certamente esse é um dos motivos de estarmos vendo e sentindo a desorientação e violência de tantos jovens.
Em contrapartida, também vemos e sentimos os jovens felizes, ligados à família, preocupados em viver bem a vida, buscando a realização pessoal e comunitária.
Quantos pais já não têm a alegria de receber o amor dos filhos! Esses cresceram e se distanciaram. Ah! Quando os filhos são pequenos e estão sempre por perto!
A paternidade envolve superar desafios, enxugar lágrimas e também dar boas risadas. Ser pai é uma história de amor incondicional, diferente, ímpar, incomparável...
Que todos os pais, jovens e idosos, presentes ou ausentes recebam o carinho dos filhos, o pensamento de amor, a oração, a declaração do afeto...
E, Deus, nosso Pai, ilumina e inspira os pais e os filhos para que sejam muito amigos e encontrem tempo para conversar, refletir, brincar, rir, passear, torcer, abraçar, corrigir, orientar, compartilhar...

















Edição n.º 947 - página 03

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