“Porque
o amor, do jeito que pode ser, é o caminho da liberdade e da grandeza – é a
nossa única possibilidade de salvação.”
Lya
Luft – extraído da obra Pensar é
Transgredir
Há
alguns anos, passeando entre inúmeros livros, chamou minha atenção o título Pensar é transgredir. Gostei. Autoria de
Lya Luft – então, não tive dúvidas. São crônicas deliciosas, inquietantes, que
convidam “a transgredir a monotonia, a mesmice, a acomodação e a futilidade,
refletindo sobre várias questões que poderiam ocorrer a qualquer um de nós.”
Lya
Luft começou sua carreira literária aos 41 anos. Continua, até hoje, produzindo
pérolas. E pensar que os gestores do mercado de trabalho muitas vezes excluem
os mais maduros, sem considerar o potencial latente, o talento. Precisamos, com
urgência, fugir das armadilhas criadas por estereótipos, preconceitos,
unanimidades burras. Um dos textos deste livro, fala justamente sobre a imagem
do Brasil no exterior, transmitida pelos próprios brasileiros:
“Em
uma feira do livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros
(não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões mostrando
carnaval, futebol, praia e... mato.
E
eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus
personagens neuróticos, me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de
cristais.
Mesmo
que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira quanto
qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador. Porque
o Brasil é tudo isso.
E
nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu sobrenome, nem os livros que li na
infância, nem o idioma que falei naquele tempo além do português, me fazem
menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa,
desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.” – e o
livro segue assim, recheado de delícias, sabores e cores.
Assim
como brasileiros não são só samba e caipirinha, há muito tempo que pijamas e
pantufas deixaram de ser o que melhor representa quem está na chamada terceira
idade. Esta significativa parcela da população (23,5 milhões de habitantes
acima dos 60 anos, dos quais 80% são aposentados), está mais ativa e mais
saudável, com maior disponibilidade de tempo e recursos. Moda, alimentação,
turismo, entretenimento e tecnologia despertam interesse e motivam consumo
significativo.
Esta
faixa etária é exigente, detalhista e tem gosto pelo planejamento. Segundo
pesquisa realizada pela Consumoteca, o tripé que sustenta a nova identidade dos
seniores é: Participação – Informação – Qualidade de Vida.
São
informações importantes, que mostram tanto potencial de consumo, como potencial
de trabalho e produção. Atitudes diferentes precisam ser tomadas, tanto pelos
gestores da área de Recursos Humanos, como das áreas de Marketing e Vendas.
Cargos, produtos e serviços adequados à terceira idade podem transformar e
melhorar significativamente a nossa sociedade.
Edição n.º 948 - página 07
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