“O rei gostava de experimentar a sabedoria dos seus
súditos. O grau de disponibilidade e a habilidade para conseguir o que lhes ia
pedindo. Mas gostava também de aprender com todos e assim se tornar cada vez
mais sábio.
Um dia chamou um dos seus servidores e lhe disse:
“Trazei-me a melhor coisa que encontrar no meu reino”.
Passado pouco tempo, o servidor voltou com uma língua numa
bandeja de ouro. “Majestade, a língua é a melhor coisa. Com ela se louva a
Deus, os namorados declaram o seu amor, os sábios revelam a sua sabedoria, os
políticos fazem conversações de paz, as famílias recuperam a harmonia. Com a
língua cantamos as façanhas de Vossa Majestade, e com a sua língua Vossa
Majestade nos dá sábias instruções”.
Ao ouvir isso, o rei ficou cheio de curiosidade por saber o
que de pior havia nos seus domínios.
O criado voltou depois de algum tempo, e desta vez também
trazia uma língua.
“Majestade, a língua perturba ou destrói o amor das
pessoas, cria ódios e desconfianças, fere, incita ao crime e até mata. Com a
língua se destrói muito do que Vossa Majestade faz de bom.”
“O rei se convenceu mediante as razões apresentadas pelos
seus servos e ficou muito contente com a sabedoria deles”.
Sabemos o quanto é importante a comunicação oral no
relacionamento entre as pessoas.
As palavras aproximam ou afastam. Provocam o riso ou a
lágrima de tristeza, de medo ou de ansiedade. As palavras podem salvar e
estimular ou podem ferir e magoar. Podem ser bálsamo que acalma e tranquiliza
ou ira que leva ao descontrole emocional e à insegurança...
Nós temos consciência do valor das palavras que
pronunciamos?
A comunicação interpessoal nos faz vivenciar o falar e o
escutar.
Como é preciosa a atitude de ouvir!... É nessa troca que acontece
o respeito mútuo, o crescimento de cada um, a responsabilidade pessoal e
comunitária.
Somos pessoas capazes de gerar idéias que se expressam
também e principalmente pela comunicação oral. Mas... Quando nos dispomos a
ouvir as idéias dos outros, tudo fica mais rico, mais grandioso... Tudo ganha
mais consistência e conteúdo.
Durante a nossa vida, quantas palavras já pronunciadas por
alguém que amamos ou admiramos ecoam no nosso coração e nos animam a retomar o
caminho ou partir para novos objetivos!
Que as nossas palavras sejam sempre motivo de alegria, de
confiança, de entusiasmo, de estímulo, de esperança para quem as ouve.
“As palavras podem nos definir, mas é o amor, que nos
conecta com as pessoas, com o mundo e com Deus”.
Ed. n.º 946 - Página 3
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